Chegou o aniversário do Theo - ele completou, no dia 17 de fevereiro, 5 aninhos de muita alegria, muitas descobertas e de um amor que não tem fim. Não estava nos nossos planos iniciais passar o aniversário dele aqui em Paris, mas acabou acontecendo e esta cidade mágica - como diz o Heberti - nos presenteou com uma comemoração que nunca sairá dos nossos corações e belas memórias.
Antes de falar da comemoração propriamente dita, preciso fazer alguns comentários sobre como são as festinhas de criança aqui na França - mais uma diferença cultural enorme em relação ao Brasil.
Esqueçamos todos aqueles grandes eventos que contam com muitos convidados, comidas e guloseimas sem fim, decorações fantásticas que chegam a elevar os gastos à casa dos milhares de reais... Aqui é tudo mais simples.
Ao longo do ano, fomos a três festinhas de criança. Duas foram em casa mesmo, apenas uma (de uma família que mora em apartamento super pequeno, quase tanto quanto o nosso) em um espaço para festas, mas absolutamente simples.
No Brasil, ouso dizer que as festas do Theo foram demasiado simples para o padrão brasileiro; absurdamente gigantescas para o padrão francês.
Seguindo a conjuntura local, pesquisei que opções teríamos. Acabamos reservando uma mesa em um restaurante que tem um canto de brinquedos para crianças e oferecem, por 85€, o que chamam de "fórmula aniversário" (1 bolo, suco feito com xarope e balas) para 10 crianças. Eu não aguentei e acabamos chamando 14 crianças - em sua maioria coleguinhas da escola do Theo! 😬
Passei a semana buscando coisas para a festa, alimentada pela animação do Theo que queria participar de tudo, ajudar em todos os preparativos. Incrível como a cada ano ele foi ficando mais e mais envolvido, concedendo mais importância para seu grande momento.
Para dar uma reforçada no cardápio e retomar as raízes brasileiras, fiz brigadeiro, beijinho de coco, mini sanduíche, pipoca, levei mais alguns sucos, água, balas, uma foccacia e um brownie 😋. Preparamos com carinho saquinhos-surpresa com o tema "Bombeiros", escolhido pelo aniversariante.
Foram 11 crianças à festa e para os franceses eu estava louca de chamar tanta criança assim... kkkk
Isso porque aqui, em geral, já a partir de 4 anos, os pais não ficam na festa. A duração é de 2h e eles são britânicos: chegam na hora marcada e voltam 2h depois para buscar a criança. Apenas os pais mais próximos ficam. Na do Theo, 5 crianças ficaram sem os pais. Confesso que é algo BEM tenso. Mega responsabilidade.
Mas deu tudo certo, todos gostaram. Minha vizinha foi e contou uma história para eles... 📚
Fiz um cantinho para desenharem. E o tempo voou.
O dia estava lindo, e nós extasiados. Muito para agradecer nesses 5 anos; tanto que mal daria para descrever. Theo também ficou radiante.
Só não tive como deixar de lado a saudade dos amigos e da família que estiveram conosco nas comemorações dos últimos 4 anos.
Paris é conhecida mundialmente como uma cidade romântica e turística. Esse blog foi idealizado para compartilhar um pouco de nossa vida em família na cidade, apresentando lados ainda não tão explorados da cultura francesa.
segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019
terça-feira, 12 de fevereiro de 2019
Nem Paris contém meu choro...
De vez em muita, as pessoas falam comigo como se o fato de estar em Paris por si só fosse algo tão pleno que não haveria espaço sequer para uma dor de cabeça. Mas não é bem assim.
Já comentei que às vezes bate um baixo astral. E, hoje, especificamente, ele será tema da minha postagem. Na realidade, não sei se a expressão "baixo astral" é a mais aplicada... Nem sempre é fácil encontrar palavras para o que sentimos. Só sei que não poderia ignorar a sucessão de tragédias que temos assistido acontecer no Brasil e que, ontem, culminou com a perda de uma das minhas referências - o Ricardo Boechat. Ele vinha sendo minha companhia matinal já há anos. Ia para o Inmetro escutando o seu editorial e mesmo aqui eu o acompanhava pelo youtube. Então fica complicado fingir que nada aconteceu.
Quando estamos fora do país - ao menos, a grande maioria, dos mais diferentes cantos -, percebo que a ligação que temos com nossa pátria não se rompe. Aqui numa cidade tão cosmopolita vejo os "expatriados" acompanharem notícias, lerem materiais em suas línguas e manterem diversos hábitos que nutrem suas raízes. Comigo não tem sido diferente. Engana-se quem pensa que o fato de estar longe significa um distanciamento completo... Talvez para alguns sim. Mas a maioria, como eu, amarga uma bela fossa.
Hoje, aqui, em meio a todo o cinza do inverno parisiense, as lágrimas jorraram...
Já comentei que às vezes bate um baixo astral. E, hoje, especificamente, ele será tema da minha postagem. Na realidade, não sei se a expressão "baixo astral" é a mais aplicada... Nem sempre é fácil encontrar palavras para o que sentimos. Só sei que não poderia ignorar a sucessão de tragédias que temos assistido acontecer no Brasil e que, ontem, culminou com a perda de uma das minhas referências - o Ricardo Boechat. Ele vinha sendo minha companhia matinal já há anos. Ia para o Inmetro escutando o seu editorial e mesmo aqui eu o acompanhava pelo youtube. Então fica complicado fingir que nada aconteceu.
Quando estamos fora do país - ao menos, a grande maioria, dos mais diferentes cantos -, percebo que a ligação que temos com nossa pátria não se rompe. Aqui numa cidade tão cosmopolita vejo os "expatriados" acompanharem notícias, lerem materiais em suas línguas e manterem diversos hábitos que nutrem suas raízes. Comigo não tem sido diferente. Engana-se quem pensa que o fato de estar longe significa um distanciamento completo... Talvez para alguns sim. Mas a maioria, como eu, amarga uma bela fossa.
Hoje, aqui, em meio a todo o cinza do inverno parisiense, as lágrimas jorraram...
sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019
Inverno em Paris
O lindo inverno de Paris chegou... Mas, infelizmente, ele dura mais tempo do que gostaríamos!
:-)
A primeira vez que viemos à cidade já havia sido em pleno inverno. Mas ficamos apenas 2 meses; e há que se considerar que na primeira vez tudo é novidade, tudo é lindo.
Só que dessa vez, nós pegamos o inverno desde o início, em outubro. Não, eu não faltei a aula sobre as estações do ano... Mas é que aqui começa a esfriar mesmo em outubro e vamos descendo a ladeira frio abaixo até mais ou menos fevereiro quando começa a dar sinais de leve subida, para o término da estação entre março e abril. Ainda temos bastante chão pela frente!
Não é só frio, o céu também é cinza e o sol realmente tira férias. Daí se segue que aquela estória de hibernar não é balela... bate uma vontade de entrar embaixo do edredom e não sair mais!
Os amigos franceses toda hora nos perguntam como vamos encarando... Mas nós gostamos tanto daqui que esse 'infortúnio' a gente vai levando... Reforçamos o guarda roupas com itens bem quentes e às vezes só dá para ver os olhinhos embaixo de cachecol, gorro e etc...
Só fica ruim quando vejo as fotos dos amigos nas praias e ouço as reclamações de que as temperaturas no Brasil estão batendo recorde no verão. E logo emendam: "calor é pior... no frio você coloca bastante roupa, além do que na Europa tem calefação em todos os lugares". Meia verdade. Demos um grande azar. Aqui em casa não conseguimos descobrir por quê, mas, cada vez que tentamos ligar o aquecimento, Theo caiu doente. Nessa época é difícil saber como gerir os fatores - friagem, umidade, moro, secura, e tanta gente que cai doente... Enfim... fato é que depois que identificamos essa relação entre a calefação em casa e a saúde do Theo, nossa escolha tem sido passar frio... Na verdadeisso afeta mais a mim, que sou friorenta até o último fio de cabelo.
Outras mudanças de hábito se fazem necessárias nessa época em que também os dias ficam mais curtos e as noites mais longas. Acabaram as idas ao parquinho. Ficamos mais tempo em casa. Idas à biblioteca tornaram-se frequentes para reforçar o estoque de livros. E descobri aqui perto de casa um centro de ação social que passou a ser nosso ponto certo às quartas à tarde. Além disso, uma nova etapa começou: ir brincar na casa de amiguinhos e receber amiguinhos para brincar.
Mas confesso que passei a olhar os boletins meteorológicos umas 5 vezes por dia.
Um outro consolo nos aquece o coração... eis que ela veio... Tudo bem que deixe até os ossos gelados, tudo bem que deixe aquele perigo iminente de escorregar e cair, tudo bem que deixe um rastro de sujeira na rua depois de ir embora, porque ela é linda e encanta as crianças que ficam em polvorosa com sua presença. Com vocês, a neve em Paris:
:-)
A primeira vez que viemos à cidade já havia sido em pleno inverno. Mas ficamos apenas 2 meses; e há que se considerar que na primeira vez tudo é novidade, tudo é lindo.
Só que dessa vez, nós pegamos o inverno desde o início, em outubro. Não, eu não faltei a aula sobre as estações do ano... Mas é que aqui começa a esfriar mesmo em outubro e vamos descendo a ladeira frio abaixo até mais ou menos fevereiro quando começa a dar sinais de leve subida, para o término da estação entre março e abril. Ainda temos bastante chão pela frente!
Não é só frio, o céu também é cinza e o sol realmente tira férias. Daí se segue que aquela estória de hibernar não é balela... bate uma vontade de entrar embaixo do edredom e não sair mais!
Os amigos franceses toda hora nos perguntam como vamos encarando... Mas nós gostamos tanto daqui que esse 'infortúnio' a gente vai levando... Reforçamos o guarda roupas com itens bem quentes e às vezes só dá para ver os olhinhos embaixo de cachecol, gorro e etc...
Só fica ruim quando vejo as fotos dos amigos nas praias e ouço as reclamações de que as temperaturas no Brasil estão batendo recorde no verão. E logo emendam: "calor é pior... no frio você coloca bastante roupa, além do que na Europa tem calefação em todos os lugares". Meia verdade. Demos um grande azar. Aqui em casa não conseguimos descobrir por quê, mas, cada vez que tentamos ligar o aquecimento, Theo caiu doente. Nessa época é difícil saber como gerir os fatores - friagem, umidade, moro, secura, e tanta gente que cai doente... Enfim... fato é que depois que identificamos essa relação entre a calefação em casa e a saúde do Theo, nossa escolha tem sido passar frio... Na verdadeisso afeta mais a mim, que sou friorenta até o último fio de cabelo.
Outras mudanças de hábito se fazem necessárias nessa época em que também os dias ficam mais curtos e as noites mais longas. Acabaram as idas ao parquinho. Ficamos mais tempo em casa. Idas à biblioteca tornaram-se frequentes para reforçar o estoque de livros. E descobri aqui perto de casa um centro de ação social que passou a ser nosso ponto certo às quartas à tarde. Além disso, uma nova etapa começou: ir brincar na casa de amiguinhos e receber amiguinhos para brincar.
Mas confesso que passei a olhar os boletins meteorológicos umas 5 vezes por dia.
Um outro consolo nos aquece o coração... eis que ela veio... Tudo bem que deixe até os ossos gelados, tudo bem que deixe aquele perigo iminente de escorregar e cair, tudo bem que deixe um rastro de sujeira na rua depois de ir embora, porque ela é linda e encanta as crianças que ficam em polvorosa com sua presença. Com vocês, a neve em Paris:
segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019
Começando 2019 em Paris!
Um pouco defasada, começo o ano de 2019 no blog somente agora...
O último post havia sido publicado no início de dezembro de 2018, e àquela época estava cheia de expectativas para o final do ano. E eis que cada uma foi sendo quebrada, exatamente como a vida faz para passar uma lição, para dar aquela chacoalhada que a gente de vez em quando precisa.
Vou fazer um resumo básico, mas muitos temas serão objeto de próximos posts, para saciar minha demanda reprimida de compartilhar nossas aventuras e, porventura, algumas desventuras...
Pra começar, logo no primeiro dia das férias de Nöel (21∕12), Theo caiu doente... aquela coisa básica de febre, tosse, que foi perdurando... então, acabamos ficando em casa no Natal e perdemos a ceia na casa dos queridos amigos. Minha tia havia vindo passar uns dias e acabamos não aproveitando o quanto gostaríamos. Foi muito bom tê-la por e ao menos salvou nossa ceia improvisada, em casa mesmo. Afinal, motivo para agradecer não nos falta!
Devido ao frio que já havia chegado com tudo, acabei adiando nossa ida às chamadas Grands Magasins (Galeries Lafayette e Printemps) para ver suas famosas decorações de Natal, justamente para as férias... daí veio a segunda quebra de expectativa. Com essa gripe que Theo pegou, e mais o início das manifestações dos Gilets Jaunes, acabamos não vendo nada... E aquela famosa lição de não 'deixar para amanhã o que se pode fazer hoje' ficou mais evidente. Paciência... Fica para uma próxima...
Também nesse final do ano, começamos a pensar nos passos seguintes, e entramos num certo impasse sobre nossa decisão de voltar ao Brasil ou não (inicialmente nosso retorno estava previsto para o dia 01∕02; ou seja, a essa hora já deveríamos estar de volta!).
E eis que a virada do ano trouxe uma tsunami na minha vida. Estamos longe de casa, mas às vezes alguns problemas cruzam o além-mar. E este acabou sugando minhas energias por quase todo o mês de janeiro. Mais lições aprendidas. E uma decisão se consolidou: por aqui ficaremos até julho, para que Theo possa completar seu ano escolar e a gente possa ainda explorar mais dessa imersão cultural que nunca cessa de nos enriquecer a alma.
Então, agora, com tudo mais contornado, posso voltar à minha rotina. Bem estilo fênix volto com tudo! E que venha 2019!
O último post havia sido publicado no início de dezembro de 2018, e àquela época estava cheia de expectativas para o final do ano. E eis que cada uma foi sendo quebrada, exatamente como a vida faz para passar uma lição, para dar aquela chacoalhada que a gente de vez em quando precisa.
Vou fazer um resumo básico, mas muitos temas serão objeto de próximos posts, para saciar minha demanda reprimida de compartilhar nossas aventuras e, porventura, algumas desventuras...
Pra começar, logo no primeiro dia das férias de Nöel (21∕12), Theo caiu doente... aquela coisa básica de febre, tosse, que foi perdurando... então, acabamos ficando em casa no Natal e perdemos a ceia na casa dos queridos amigos. Minha tia havia vindo passar uns dias e acabamos não aproveitando o quanto gostaríamos. Foi muito bom tê-la por e ao menos salvou nossa ceia improvisada, em casa mesmo. Afinal, motivo para agradecer não nos falta!
Devido ao frio que já havia chegado com tudo, acabei adiando nossa ida às chamadas Grands Magasins (Galeries Lafayette e Printemps) para ver suas famosas decorações de Natal, justamente para as férias... daí veio a segunda quebra de expectativa. Com essa gripe que Theo pegou, e mais o início das manifestações dos Gilets Jaunes, acabamos não vendo nada... E aquela famosa lição de não 'deixar para amanhã o que se pode fazer hoje' ficou mais evidente. Paciência... Fica para uma próxima...
Também nesse final do ano, começamos a pensar nos passos seguintes, e entramos num certo impasse sobre nossa decisão de voltar ao Brasil ou não (inicialmente nosso retorno estava previsto para o dia 01∕02; ou seja, a essa hora já deveríamos estar de volta!).
E eis que a virada do ano trouxe uma tsunami na minha vida. Estamos longe de casa, mas às vezes alguns problemas cruzam o além-mar. E este acabou sugando minhas energias por quase todo o mês de janeiro. Mais lições aprendidas. E uma decisão se consolidou: por aqui ficaremos até julho, para que Theo possa completar seu ano escolar e a gente possa ainda explorar mais dessa imersão cultural que nunca cessa de nos enriquecer a alma.
Então, agora, com tudo mais contornado, posso voltar à minha rotina. Bem estilo fênix volto com tudo! E que venha 2019!
Assinar:
Postagens (Atom)