No final do ano passado fiz uma descoberta inestimável: começamos a frequentar - Theo e eu - um centro social aqui perto. É uma entidade ligada à denominada "Caisse d'Allocations Familiales" (CAF) - organismo francês que oferece ajuda financeira a famílias mais carentes. Fato é que um dos 6 centros sociais dessa CAF aqui em Paris fica exatamente na nossa rua, a uns 3 minutos de casa.
Quando o inverno começava a dar as caras já em outubro, a mãe de uma amiguinha do Theo me deu um panfleto desse Centro e disse para irmos lá às quartas à tarde (horário que não tem aula) para aproveitarmos as atividades oferecidas.
Como ainda estávamos frequentando a ludoteca (outra maravilha que tem aqui perto de onde moramos), acaba que só fomos conhecer o Centro no dia 12 de dezembro. E nunca mais deixamos de frequentá-lo. Só me queixo de não ter ido antes.
Primeiro porque é o ambiente mais acolhedor que já pisei. Eu que não tenho sequer conta na CAF fui muito bem recebida. A participação nas atividades se dá por meio de uma anuidade, calculada com base em sua cota familiar (como não possuo nada disso, fizeram uma estimativa e pagamos um valor praticamente simbólico; se bem que todos os que pagam, na minha opinião, é algo de fato simbólico em comparação com o que é oferecido). As funcionárias do Centro são super simpáticas (assistentes sociais, animadoras, etc.) e o pessoal que frequenta idem.
As nossas tardes de quarta têm sido muito coloridas. A cada semana é proposto um atelier diferente (pintura, artes, jardinagem, culinária) para as crianças. E além do atelier elas podem brincar no espaço todo dedicado a elas: brinquedos mil, livros, material para desenho. A palavra lúdico descreve bem todo o ambiente:
Algumas mães com seus filhos frequentam o centro com mais regularidade, sempre tem amigos com quem Theo pode brincar. Com alguns já criamos laços mais fortes e a tarde passa voando. Nós, mães, junto com a equipe do Centro, aproveitamos para conversar e trocar experiências. Crianças com alguma deficiência, filhos de imigrantes também frequentam o local que fica mais rico com a diversidade cultural, com o cultivo ao aprendizado do convívio com as diferenças. Sinto que o Theo adora estar ali brincando em meios aos adultos, e também com os adultos. Enfim, todo mundo brinca e participa.
Com o grupo também já fomos a vários passeios: teatro, circo, exposição, show de mágica.
Eu fui me chegando, agora participo de um atelier de culinária toda segunda-feira, vou a atividades culturais e tudo o que aparece. Me convidam para reuniões de projetos do centro, enfim, toda semana eu também tenho uma ou duas idas que me abrem oportunidade de aprendizado, de troca. Treino meu francês e faço uma das coisas que mais amo: ver gente, conversar e conhecer novas culturas.
Certamente voltaremos com muitas ideias e a bagagem recheada desses momentos tão marcantes que estamos tendo a sorte de dividir com todos do Centro !
Que maravilhoso! As atividades dos SESCs aqui lembram um pouco tudo isso que vc relata. Mas acredito que a terra arrasada que se está fazendo no Brasil não deve estar mais tendo mta coisa legal não... Me dá uma certa agonia de pensar q vcs vão voltar pra cá, deixando um país progressista pra um que só anda pra trás...
ResponderExcluirMaravilhoso mesmo, Ju! Mas as atividades do Sesc se parecem mais com um outro sistema daqui - dos "Centros de Animação", que oferecem mais atividades culturais e esportivas, cursos e ateliers. Esses são em número ainda maior e não frequentamos tanto porque o custo das atividades é mais alto (ainda super baixo para quem ganha em euro, acho eu, kkk), tem menos atividades para crianças pequenas e a maioria requer uma regularidade na frequência que a incerteza quanto à nossa permanência aqui acabou prejudicando. Sem falar nas piscinas e nos ginásios poliesportivos públicos. Enfim, não falta mesmo o que fazer, com qualidade!
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