quarta-feira, 30 de maio de 2018

Adaptação do Theo

A adaptação do Theo tem sido o ponto mais sensível de todo o processo. Ele estranhou muito o fato de não conseguir se comunicar. Para ele gostar da nova rotina, atacamos em diversas frentes. Compramos um quartel de bombeiros do lego  (que havíamos prometido como presente de aniversário), o levamos a diferentes parquinhos que íamos descobrindo nas redondezas, e até mesmo fomos à loja do Lego, que encanta qualquer um:



Mas a questão da língua era crucial. Ao chegar nos parquinhos, ele tentava brincar com outras crianças e não conseguia pela dificuldade de se comunicar. E pior, passamos por um choque cultural que complicou essa convivência: o "compartilhamento de brinquedos". Explico.
Crianças adoram brincar com o brinquedo do outro (carrinhos, bicicleta, coisas para mexer na areia...). No Brasil, é comum uma criança pedir para ver o brinquedo da outra (mesmo sem conhecer). Caso a criança não queira emprestar, em geral, o responsável praticamente a obriga a fazê-lo.
Pois, aqui em Paris, Theo chegou todo faceiro no parquinho e pediu para um menino deixá-lo ver um carrinho (eu como tradutora) e levou um sonoro não. A mãe falou: "me desculpe, mas ele não quer emprestar". Eu gelei. E tive essa mesma reação inúmeras outras vezes. Assisti ao Theo ter quase que acessos de cólera ao receber essas negativas. E eu com cara de idiota.
O tempo me ajudou a entender essa diferença cultural e isso será melhor discutido em um post que vai ser dedicado exclusivamente ao tema "parquinhos".
Fato é que, após as primeiras semanas de deslumbramento, Theo pedia para voltar para Petrópolis. Começou a ficar mais irritadiço e eu me angustiava ao vê-lo assim.
E aí começamos a pensar com mais força em colocá-lo na escola; tema da próxima pastagem. 

6 comentários:

  1. Mas é assim,... cada Povo tem a sua cultura e costumes,...

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    1. Exatamente! Conforme fomos frequentando mais os parquinhos, fomos observando melhor os costumes... mas esse será tema de uma outra postagem...
      ;-)

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  2. Somos mesmo um povo mais sociável né? Muito doido isso de não emprestar o brinquedo eu tb ficaria bolada! rsrsrs...

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    1. No início foi mesmo um choque, mas depois passei a entender o motivo... Vou escrever mais sobre isso logo logo!

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  3. Nossa! Complicado isso hein, ainda mais pra ele. Mas, por outro lado, aprender a dizer não, pode ser bom também.

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    1. Isso mesmo. O lado bom é que aqui as crianças aprendem que nem sempre podem pegar o que não é delas. A mãe sempre fala: "isso não te pertence, brinca com suas coisas". É um outro ângulo da coisa... mas eu ainda vou explorar mais esse tema dos parquinhos... rsrsrsrs

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