Todos nos diziam que ele aprenderia francês rápido, que o idioma não seria uma grande barreira.
E, no dia 26/03, uma segunda-feira, na parte da tarde, ele começou. Mas decidimos que ele não almoçaria na escola, nem ficaria no horário do centro de lazer (como descrevi na postagem École Maternelle).
A separação não foi tão dolorida porque tudo era novidade.
Mas no dia seguinte teríamos que estar na escola às 8h20min. Acordávamos no escuro e foi a primeira vez que nos levantamos antes de 9h desde nossa chegada - ainda não estávamos completamente adaptados ao fuso.
Theo não é uma criança muito chorona. Mas dali em diante, a cada dia, chorava mais. Pedia para não ir; dizia que tinha medo. Após deixá-lo, saíamos da escola em frangalhos, nos perguntando se era o certo a fazer.
A segunda semana começou e ele chorava mais ainda que durante a primeira... E eu, ao sair da escola, também chorava, já que na frente dele tinha que ser forte. Conversávamos muito com ele, mas sabíamos que estar num ambiente com pessoas desconhecidas que não entendem o que você diz e que você também não entende o que dizem, devia mesmo ser assustador, especialmente para uma criança de 4 anos! Mesmo no Brasil, Theo nunca foi muito de contar o que se passava na escola, falava apenas uma ou outra atividade que havia feito (super comum, diga-se de passagem). Então não dava para sabermos como de fato estava indo.
A segunda semana começou e ele chorava mais ainda que durante a primeira... E eu, ao sair da escola, também chorava, já que na frente dele tinha que ser forte. Conversávamos muito com ele, mas sabíamos que estar num ambiente com pessoas desconhecidas que não entendem o que você diz e que você também não entende o que dizem, devia mesmo ser assustador, especialmente para uma criança de 4 anos! Mesmo no Brasil, Theo nunca foi muito de contar o que se passava na escola, falava apenas uma ou outra atividade que havia feito (super comum, diga-se de passagem). Então não dava para sabermos como de fato estava indo.
Eu conversava com algumas amigas que passaram pela mesma situação e elas me diziam que no início era assim mesmo... Me deram dicas super valiosas.
Conversava com a professora e ela me dizia que, na hora do 'recreio', em que iam para o parquinho, Theo simplesmesnte sentava ao lado da professora (ou ajudante) e lá ficava. Puxa, logo ele que adora parquinho...
Conversava com a professora e ela me dizia que, na hora do 'recreio', em que iam para o parquinho, Theo simplesmesnte sentava ao lado da professora (ou ajudante) e lá ficava. Puxa, logo ele que adora parquinho...
Sinceramente, eu não sei como passamos pela tempestade. Tinha hora que eu simplesmente não pensava, só continuava o caminho... porque se parasse para pensar, o instinto seria de proteção... (em breve farei uma lista com dicas específicas que nos foram muito úteis para ajudar nesse processo, e que podem ajudar outros pais que venham a passar por processo semelhante).
Mas, ao mesmo tempo, cada vez que íamos a um parquinho ficava mais forte em mim a necessidade de ele se comunicar. E a única forma de ele aprender o francês seria mesmo na escola.
Eu diria que nosso pesadelo terminou no dia 11 de abril. Nessa data, comemoraram o 'carnaval' na escola. As crianças fariam um desfile, vestidos com fantasias confeccionadas por eles próprios. O tema do desfile foi 'países do mundo'. A turma do Theo apresentou a África e ele estava fantasiado de girafa.
Todas as vezes que fizeram algum tipo de apresentação na escola em que ele estudava no Brasil, Theo chorava. Então, já estávamos preparados, eu havia avisado à professora. E qual não foi nossa surpresa quando vimos Theo entrando, numa boa (apesar de ter corrido para dar a mão para a maîtresse Carine 😂). Após a apresentação, uma outra professora veio conversar comigo em português (ela é argentina) e me contou que ficava muitas vezes com o Theo no parquinho da escola na hora do 'recreio'. Também me mostrou duas meninas de outra turma (na casa dos 6 anos) que também falavam português (por terem família de Portugal) e que tentavam igualmente ajudá-lo no parquinho da escola. E aí quase chorei de alegria: ela falou que no dia anterior havia sido a primeira vez em que ele brincou no escorrega, dando a mão para uma de suas amiguinhas. No dia seguinte, Theo me disse: "mamãe, não tenho mais medo da escola, já me acostumei". O processo de adaptação continuaria, sem dúvida, mas o pior havia passado:
Todas as vezes que fizeram algum tipo de apresentação na escola em que ele estudava no Brasil, Theo chorava. Então, já estávamos preparados, eu havia avisado à professora. E qual não foi nossa surpresa quando vimos Theo entrando, numa boa (apesar de ter corrido para dar a mão para a maîtresse Carine 😂). Após a apresentação, uma outra professora veio conversar comigo em português (ela é argentina) e me contou que ficava muitas vezes com o Theo no parquinho da escola na hora do 'recreio'. Também me mostrou duas meninas de outra turma (na casa dos 6 anos) que também falavam português (por terem família de Portugal) e que tentavam igualmente ajudá-lo no parquinho da escola. E aí quase chorei de alegria: ela falou que no dia anterior havia sido a primeira vez em que ele brincou no escorrega, dando a mão para uma de suas amiguinhas. No dia seguinte, Theo me disse: "mamãe, não tenho mais medo da escola, já me acostumei". O processo de adaptação continuaria, sem dúvida, mas o pior havia passado:
Tudo tem o tempo certo. Que bom que vocês não desistiram, pois posso imaginar a vontade que tinham de estar com ele e protegê-lo por todo o tempo.
ResponderExcluirQue bom que não desistimos mesmo! Eu, muitas vezes, sentia arrependimento lá no início, hoje vejo que foi uma decisão acertada. Ainda estamos caminhando, mas os resultados positivos já aparecem!
ExcluirAdaptações, as vezes os medos estao em nós e não nesses pequenos, que a cafa dia que passa se mostram maduros que nós.
ResponderExcluirÉ, Lu, sem dúvida ele sentia nossa insegurança, nossos medos. E ele foi nos ensinando a superar...
Excluir:-)