Passar esse ano aqui em Paris, sem qualquer patrocínio, exigiu um bom planejamento financeiro (mais uma vez, a maior parte dos créditos desse esforço vão para o Heberti!). Não viemos de forma intempestiva ou irresponsável, mas, obviamente, tivemos e continuamos tendo que realizar algumas escolhas, e economizar é uma delas.
Paris é uma tentação. Economizar aqui é um verdadeiro sacrifício. A vontade imediata é de fazer a festa nas lojas de bibelôs, de roupas, brinquedos, restaurantes...
Mas, com os dois pés no chão, a gente desenvolve bastante a capacidade de resistir às tentações.
Meu maior foco é encontrar programas legais e gratuitos. Porque qualquer entrada em museu fica no mínimo na casa dos €10. Para quem ganha em euro é mole, mas para nós todos os gastos são multiplicados pela taxa de câmbio que só fez subir desde que aqui chegamos. E assim, junta o bilhete do metrô, multiplica tudo por três e num piscar de olhos gastamos uns R$ 200,00.
Além disso, é bom que o Theo tenha contato com arte, com a rica cultura dos museus, mas nessa idade a atenção dele é muito dispersa, então nem sempre o investimento de fato compensa. Nós dois, por outro lado, já fomos à grande parte dos museus. E confiamos que ainda poderemos voltar outras vezes!
Enfim, essa breve introdução é para enfatizar que nossa criatividade deve ser exercitada ao máximo, focando na vasta oferta de programas culturais e ao ar livre que a cidade oferece.
Um grande aliado é o site
https://www.sortiraparis.com/, que toda semana fornece uma agenda com a programação. Minha única experiência de morar em cidade grande havia sido no Rio de Janeiro. E me lembro que de vez em quando eu ficava zonza com tantas opções de programas e atividades. Pois aqui em Paris essa zonzeira vai ao ápice. Especialmente com a chegada da primavera e do verão, se multiplicam os festivais, de música, de jogos, de teatro...
Um outro site que ajuda muito é o da prefeitura, que tem uma página mais voltada para quem está com os bolsos vazios, como eles dizem:
https://quefaire.paris.fr/parisgratuit.
E eu fui me inscrevendo em tudo o que podia. Na subprefeitura de cada bairro também é possível se cadastrar em um serviço que envia informações sobre o que acontece no seu bairro - o que para nós é ainda melhor por não incluir longos deslocamentos. Essa é a minha cereja do bolo.
Uma outra dica legal para compartilhar é que vários museus e monumentos aqui de Paris têm
horários de gratuidade. Alguns à noite, outros no primeiro domingo do mês (o ano inteiro ou apenas na baixa temporada).
Já levei Theo ao
Musée des Arts et Métiers, que tem horário gratuito toda quinta à noite. Foi aquela visita de 30 minutos, ele só se interessou por algumas ferramentas, maquetes, e pela parte dos transportes. Daí repito, melhor pensar duas vezes antes de gastar uma grana para entrar nos museus com as crianças. Durante os horários de gratuidade já conseguimos cumprir o papel de apresentar um pouco de arte aos pequenos, na minha opinião.
E no primeiro domingo do mês de maio fomos ao
Centre National d'art et de culture Georges-Pompidou, mais conhecido como
Centre Pompidou - que congrega artes plásticas, cinema, música,
design. Nesse dia, o acesso à coleção permenente do Museu é gratuito.
Foi Theo quem escolheu ir a esse Museu porque ele chama muita atenção por fora, ele estava louco para subir pelo túnel exterior que leva os visitantes às galerias do Museu. Visitamos a parte que tem quadros de Picasso, Matisse, Salvador Dali, dentre outros, mas Theo nem ligou. Ele também gosta bastante de lá porque tem uma livraria deliciosa, com uma parte específica para crianças. Enfim, é um ambiente muito gostoso e vale à pena conferir!