quinta-feira, 11 de abril de 2019

Parquinhos ao ar livre em Paris

Aqui os parquinhos ao ar livre são chamados de "aires de jeux". É onde a criança se esbalda com aqueles brinquedos típicos que nunca perdem a majestade: escorrega, trepa-trepa, balanço, gangorra e por aí vai. Com algumas sutis e outras imensas diferenças em relação ao que estamos acostumados no Brasil, vamos conhecendo os parquinhos de Paris.

Segundo fonte oficial de turismo (veja aqui), há cerca de 600 áreas com brinquedos ao ar livre para as crianças! Realmente inacreditável! Nos parques, jardins, praticamente a cada dois quarteirões nos deparamos com um. É um fator que nos impressiona desde que chegamos. Até porque não é algo que você preste atenção quando vem a turismo...

E esse foi de longe o programa que mais fizemos nessas nossa temporada - à exceção do período de inverno. Num raio de 10 minutos a pé, são uns 6 parquinhos que foram sendo o principal motor para adaptação do Theo (lá no início do blog eu falei sobre isso) e era um tema que eu tava devendo explorar mais. Então aqui estamos.

Um ponto que chama a atenção logo de cara é a limpeza e manutenção de toda a área. Impecável. Os brinquedos parecem escolhidos a dedo para incentivarem o desenvolvimento motor da criança: cordas, escadas, murinhos de escalada... o chão é forrado com um material que ao olharmos parece acimentado, mas, ao pisarmos, logo sentimos ser meio acolchoado - eventuais quedas são bem amortecidas. Cada brinquedo com sua faixa etária e muitos parques adotam um tema (brinquedos que formam um barco de pirata, um castelo, dragão, e por aí vai).

São tantos que comecei a buscar dicas do que visitar e achei uma lista com sugestão dos 10 considerados melhores. Já fomos a mais de 50 parquinhos diferentes, e cobrimos 5 dessa lista de 10. Considerando o total que existe na cidade, dá para ver que ainda estamos muito longe de conhecer todo o conjunto. Mas nas fotos abaixo dá para ter uma noção do que já pudemos aproveitar:


O interessante é que, como Paris é um caldeirão cultural, nesses parques a gente acaba tendo contato com todo o mundo; pessoas que vieram dos 4 cantos do planeta. Tenho estórias mirabolantes, até de encontros com amiga de infância. Theo agora faz amigos por onde passa. Mas no início foi duro. Ele não falava a língua e não conhecíamos bem as 'regras de convivência'. Um dos choques iniciais foi que as crianças emprestam o brinquedo quando e se quiserem. Eu, que estava acostumada no Brasil a obrigar o Theo a 'deixar o amiguinho brincar um pouco', confesso que estranhei muito no início. Mas, agora, não só nos acostumamos, como vejo o lado bom: a criança tem autonomia para essa decisão, e aprende a respeitar a propriedade do outro. E, quando tornam-se amigos, aí o empréstimo flui naturalmente. Mas eu continuo à moda brasileira, e felizmente não preciso insistir muito - Theo empresta os brinquedos com facilidade.

Por motivos óbvios, o parquinho onde batemos ponto quase todo dia é o que fica na esquina de casa: Dugommier. É pra lá que vão muitos coleguinhas da escola e outros que são os "amigos do parque".

Pra poder compartilhar um pouco da atmosfera dos parquinhos franceses separei algumas imagens que foram editadas pela minha querida amiga Juliane no vídeo abaixo:


E agora é aproveitar a chegada do bom tempo, o período de férias da primavera, porque temos ainda uns 500 parquinhos nos esperando pra brincar! 😁

quinta-feira, 4 de abril de 2019

Atividades no Centro Social CAF

No final do ano passado fiz uma descoberta inestimável: começamos a frequentar - Theo e eu - um centro social aqui perto. É uma entidade ligada à denominada "Caisse d'Allocations Familiales" (CAF) - organismo francês que oferece ajuda financeira a famílias mais carentes. Fato é que um dos 6 centros sociais dessa CAF aqui em Paris fica exatamente na nossa rua, a uns 3 minutos de casa.

Quando o inverno começava a dar as caras já em outubro, a mãe de uma amiguinha do Theo me deu um panfleto desse Centro e disse para irmos lá às quartas à tarde (horário que não tem aula) para aproveitarmos as atividades oferecidas.

Como ainda estávamos frequentando a ludoteca (outra maravilha que tem aqui perto de onde moramos), acaba que só fomos conhecer o Centro no dia 12 de dezembro. E nunca mais deixamos de frequentá-lo. Só me queixo de não ter ido antes.

Primeiro porque é o ambiente mais acolhedor que já pisei. Eu que não tenho sequer conta na CAF fui muito bem recebida. A participação nas atividades se dá por meio de uma anuidade, calculada com base em sua cota familiar (como não possuo nada disso, fizeram uma estimativa e pagamos um valor praticamente simbólico; se bem que todos os que pagam, na minha opinião, é algo de fato simbólico em comparação com o que é oferecido). As funcionárias do Centro são super simpáticas (assistentes sociais, animadoras, etc.) e o pessoal que frequenta idem.

As nossas tardes de quarta têm sido muito coloridas. A cada semana é proposto um atelier diferente (pintura, artes, jardinagem, culinária) para as crianças. E além do atelier elas podem brincar no espaço todo dedicado a elas: brinquedos mil, livros, material para desenho. A palavra lúdico descreve bem todo o ambiente:


Algumas mães com seus filhos frequentam o centro com mais regularidade, sempre tem amigos com quem Theo pode brincar. Com alguns já criamos laços mais fortes e a tarde passa voando. Nós, mães, junto com a equipe do Centro, aproveitamos para conversar e trocar experiências. Crianças com alguma deficiência, filhos de imigrantes também frequentam o local que fica mais rico com a diversidade cultural, com o cultivo ao aprendizado do convívio com as diferenças. Sinto que o Theo adora estar ali brincando em meios aos adultos, e também com os adultos. Enfim, todo mundo brinca e participa.

Com o grupo também já fomos a vários passeios: teatro, circo, exposição, show de mágica.

Eu fui me chegando, agora participo de um atelier de culinária toda segunda-feira, vou a atividades culturais e tudo o que aparece. Me convidam para reuniões de projetos do centro, enfim, toda semana eu também tenho uma ou duas idas que me abrem oportunidade de aprendizado, de troca. Treino meu francês e faço uma das coisas que mais amo: ver gente, conversar e conhecer novas culturas.

Certamente voltaremos com muitas ideias e a bagagem recheada desses momentos tão marcantes que estamos tendo a sorte de dividir com todos do Centro !

sábado, 23 de março de 2019

Les "Gilets Jaunes"


Estou bastante atrasada para falar do tema, afinal hoje está sendo o 19° dia de mobilização dos ‘coletes amarelos’. Mas não posso deixar de comentá-lo diante do fato de ele ter se mostrado mais perene do que muitos previam e do atual momento de intensificação dos embates com os braços de segurança do governo francês. 

Quando o movimento começou, em novembro de 2018, não se sabia ao certo sua relevância. Vários amigos e familiares logo ficaram preocupados, nos perguntando o quanto as manifestações mais violentas nos afetava. ZERO. Estamos num bairro residencial tão afastado do ‘furdunço’ – felizmente – que nunca sentimos qualquer efeito das manifestações. Apenas um dia em que eu fui encontrar uma querida amiga que estava hospedada perto da 'Place de la République', bem em um dia em que a manifestação seria ali, entrei bem no meio para ver o movimento e não resisti - tirei uma foto com alguns manifestantes:


Como dá para ver na foto, o movimento é constituído essencialmente pela classe média, pelos pais de família. Nem é essencialmente liderado pelos mais jovens. E, como ocorre na maioria das manifestações, muito menos é um movimento encabeçado por arruaceiros ou os tais 'black bloc' (mas, obviamente, o que vende notícia são os atos de violência impetrados por alguns).

No início acompanhávamos os debates na TV (que, diga-se de passagem, são os mais acalorados que já assisti), perguntávamos aos franceses mais próximos sua opinião, enfim, chamou bastante nossa atenção. Ouso, então, compartilhar algumas de minhas impressões sobre o tema, que são de uma forasteira total; para poder de fato dar uma opinião mais sólida, precisaria ter um maior envolvimento com o país.

Mas os pontos que mais me chamaram a atenção se referem à insatisfação e à mobilização dos franceses para expressá-la. Esse é um ponto fundamental que precisaríamos desenvolver muito no Brasil. Ele foi iniciado pela classe média baixa, por trabalhadores que consideram que seu poder de compra vem se drenando nos últimos anos e que começaram a se mobilizar para exigir mudanças do governo. Só para apresentar um fato: em 2017, a carga tributária na França era a 4ª maior do mundo, sendo que o índice de retorno de bem-estar da sociedade estava em 24º lugar. Dá para ter uma noção da insatisfação generalizada.


Essa é apenas uma das situações em que pude perceber um engajamento muito maior da população daqui - já falei, por exemplo, da iniciativa do 'Budget Participatif'. É notória a existência de mais canais para participação nas ações do setor público e eles participam ativamente. E é justamente por eles participarem ativamente que esses canais vão sendo abertos e fortalecidos. Não raramente recebemos em casa relatórios da prefeitura, convites para participar de reuniões e debates de projetos públicos. 

Um fato interessante é que o movimento dos 'Gilets Jaunes' tem sua maior força no interior do país. Acompanhamos pela televisão pessoas mobilizadas que acampavam na rua, em meio ao frio, à chuva. Homens, mulheres, chefes de família e até de mais idade com uma energia invejável, lutando por suas convicções. Afinal, como muitos nos dizem, na França nada foi recebido de presente. É um povo acostumado a obter suas conquistas com muita luta. 

Ninguém sabe ao certo para onde vai caminhar o movimento. Às vezes parece estar perdendo forças, outras parece que vai se perdurar e que pode até levar a outros movimentos mais intensos e radicais. Mas a lição que tiro até aqui é a de que precisamos avançar muito, intensificando nossa participação na vida pública, aprendendo a cobrar e a colocar mais a mão na massa. Parar com nosso comportamento passivo de esperar que as mudanças caiam do céu. Acreditar que nós podemos sim ser os agentes das mudanças que queremos!

domingo, 10 de março de 2019

Férias de Inverno

No dia 22/02 teve início mais um período de férias na escola. É quando, por motivos óbvios, tenho menos tempo para atualizar o blog. Vou logo programando diversas atividades para aproveitar bastante a pausa e manter a criança ativa. Especialmente agora que está bem menos frio, e quase podemos decretar o fim do inverno!

Tivemos vários momentos de brincadeira com amiguinhos que ou vieram aqui em casa, ou fomos nós na casa deles.

Theo ganhou uma bicicleta de menino grande e começou a se aventurar no mundo dos ciclistas:


Também aproveitamos para retomar, de leve, as idas aos parques. Com a volta do bom tempo, os dias tornando-se novamente mais longos, pudemos matar a saudade das chamadas "aires de jeux" (assunto que em breve será objeto de uma postagem exclusiva). Conhecemos mais uma linda área, não muito longe de casa, o "Parc de Choisy':


Um outro passeio bem legal que tivemos a oportunidade de fazer foi a visita ao famoso salão da agricultura. É a fazenda invadindo a cidade! Só se falava nesse famoso evento. Imenso e absurdamente lotado. Nós ganhamos ingressos do Centro Social da CAF que frequentamos e lá fomos nós ver a bicharada. Fomos em um grupo animado e valeu muito a visita que despertou o interesse da criançada:


Finalmente conseguimos ir ao parque do playmobil aqui em Paris, algo que estava na nossa programação desde que aqui chegamos e sempre havia um obstáculo que nos impedia de ir. Ao lado do Lego, faz parte do conjunto de brinquedos preferidos do Theo e, como imaginávamos, foi diversão para um dia inteiro (aguardem por mais detalhes sobre esse passeio que é também uma dica imperdível para quem tem filhos pequenos):


No último dia de férias fomos ao "Cirque d'Hiver Bouglione" - mais um super programa patrocinado pelo Centro Social. Como não amar ir ao circo? E pra completar, o grupo de trapezistas era de brasileiros, o que nos encheu de orgulho.


Ufa... Agora é encarar a "rentrée" (volta às aulas). Uma coisa é certa: as baterias estão mais do que carregadas!


segunda-feira, 25 de fevereiro de 2019

Aniversário de 5 anos do Theo em Paris!

Chegou o aniversário do Theo - ele completou, no dia 17 de fevereiro, 5 aninhos de muita alegria, muitas descobertas e de um amor que não tem fim. Não estava nos nossos planos iniciais passar o aniversário dele aqui em Paris, mas acabou acontecendo e esta cidade mágica - como diz o Heberti - nos presenteou com uma comemoração que nunca sairá dos nossos corações e belas memórias.

Antes de falar da comemoração propriamente dita, preciso fazer alguns comentários sobre como são as festinhas de criança aqui na França - mais uma diferença cultural enorme em relação ao Brasil.

Esqueçamos todos aqueles grandes eventos que contam com muitos convidados, comidas e guloseimas sem fim, decorações fantásticas que chegam a elevar os gastos à casa dos milhares de reais... Aqui é tudo mais simples.

Ao longo do ano, fomos a três festinhas de criança. Duas foram em casa mesmo, apenas uma (de uma família que mora em apartamento super pequeno, quase tanto quanto o nosso) em um espaço para festas, mas absolutamente simples.

No Brasil, ouso dizer que as festas do Theo foram demasiado simples para o padrão brasileiro; absurdamente gigantescas para o padrão francês.

Seguindo a conjuntura local, pesquisei que opções teríamos. Acabamos reservando uma mesa em um restaurante que tem um canto de brinquedos para crianças e oferecem, por 85€, o que chamam de "fórmula aniversário" (1 bolo, suco feito com xarope e balas) para 10 crianças. Eu não aguentei e acabamos chamando 14 crianças - em sua maioria coleguinhas da escola do Theo! 😬

Passei a semana buscando coisas para a festa, alimentada pela animação do Theo que queria participar de tudo, ajudar em todos os preparativos. Incrível como a cada ano ele foi ficando mais e mais envolvido, concedendo mais importância para seu grande momento.

Para dar uma reforçada no cardápio e retomar as raízes brasileiras, fiz brigadeiro, beijinho de coco, mini sanduíche, pipoca, levei mais alguns sucos, água, balas, uma foccacia e um brownie 😋. Preparamos com carinho saquinhos-surpresa com o tema "Bombeiros", escolhido pelo aniversariante.

Foram 11 crianças à festa e para os franceses eu estava louca de chamar tanta criança assim... kkkk
Isso porque aqui, em geral, já a partir de 4 anos, os pais não ficam na festa. A duração é de 2h e eles são britânicos: chegam na hora marcada e voltam 2h depois para buscar a criança. Apenas os pais mais próximos ficam. Na do Theo,  5 crianças ficaram sem os pais. Confesso que é algo BEM tenso. Mega responsabilidade.
Mas deu tudo certo, todos gostaram. Minha vizinha foi e contou uma história para eles... 📚
Fiz um cantinho para desenharem. E o tempo voou.

O dia estava lindo, e nós extasiados. Muito para agradecer nesses 5 anos; tanto que mal daria para descrever. Theo também ficou radiante.


Só não tive como deixar de lado a saudade dos amigos e da família que estiveram conosco nas comemorações dos últimos 4 anos.

terça-feira, 12 de fevereiro de 2019

Nem Paris contém meu choro...

De vez em muita, as pessoas falam comigo como se o fato de estar em Paris por si só fosse algo tão pleno que não haveria espaço sequer para uma dor de cabeça. Mas não é bem assim.

Já comentei que às vezes bate um baixo astral. E, hoje, especificamente, ele será tema da minha postagem. Na realidade, não sei se a expressão "baixo astral" é a mais aplicada... Nem sempre é fácil encontrar palavras para o que sentimos. Só sei que não poderia ignorar a sucessão de tragédias que temos assistido acontecer no Brasil e que, ontem, culminou com a perda de uma das minhas referências - o Ricardo Boechat. Ele vinha sendo minha companhia matinal já há anos. Ia para o Inmetro escutando o seu editorial e mesmo aqui eu o acompanhava pelo youtube. Então fica complicado fingir que nada aconteceu.

Quando estamos fora do país - ao menos, a grande maioria, dos mais diferentes cantos -, percebo que a ligação que temos com nossa pátria não se rompe. Aqui numa cidade tão cosmopolita vejo os "expatriados" acompanharem notícias, lerem materiais em suas línguas e manterem diversos hábitos que nutrem suas raízes. Comigo não tem sido diferente. Engana-se quem pensa que o fato de estar longe significa um distanciamento completo... Talvez para alguns sim. Mas a maioria, como eu, amarga uma bela fossa.

Hoje, aqui, em meio a todo o cinza do inverno parisiense, as lágrimas jorraram...





sexta-feira, 8 de fevereiro de 2019

Inverno em Paris

O lindo inverno de Paris chegou... Mas, infelizmente, ele dura mais tempo do que gostaríamos!
:-)

A primeira vez que viemos à cidade já havia sido em pleno inverno. Mas ficamos apenas 2 meses; e há que se considerar que na primeira vez tudo é novidade, tudo é lindo.

Só que dessa vez, nós pegamos o inverno desde o início, em outubro. Não, eu não faltei a aula sobre as estações do ano... Mas é que aqui começa a esfriar mesmo em outubro e vamos descendo a ladeira frio abaixo até mais ou menos fevereiro quando começa a dar sinais de leve subida, para o término da estação entre março e abril. Ainda temos bastante chão pela frente!

Não é só frio, o céu também é cinza e o sol realmente tira férias. Daí se segue que aquela estória de hibernar não é balela... bate uma vontade de entrar embaixo do edredom e não sair mais!

Os amigos franceses toda hora nos perguntam como vamos encarando... Mas nós gostamos tanto daqui que esse 'infortúnio' a gente vai levando... Reforçamos o guarda roupas com itens bem quentes e às vezes só dá para ver os olhinhos embaixo de cachecol, gorro e etc...

Só fica ruim quando vejo as fotos dos amigos nas praias e ouço as reclamações de que as temperaturas no Brasil estão batendo recorde no verão.  E logo emendam: "calor é pior... no frio você coloca bastante roupa, além do que na Europa tem calefação em todos os lugares". Meia verdade. Demos um grande azar. Aqui em casa não conseguimos descobrir por quê, mas, cada vez que tentamos ligar o aquecimento, Theo caiu doente. Nessa época é difícil saber como gerir os fatores - friagem, umidade, moro, secura, e tanta gente que cai doente... Enfim... fato é que depois que identificamos essa relação entre a calefação em casa e a saúde do Theo, nossa escolha tem sido passar frio... Na verdadeisso afeta mais a mim, que sou friorenta até o último fio de cabelo.

Outras mudanças de hábito se fazem necessárias nessa época em que também os dias ficam mais curtos e as noites mais longas. Acabaram as idas ao parquinho. Ficamos mais tempo em casa. Idas à biblioteca tornaram-se frequentes para reforçar o estoque de livros. E descobri aqui perto de casa um centro de ação social que passou a ser nosso ponto certo às quartas à tarde. Além disso, uma nova etapa começou: ir brincar na casa de amiguinhos e receber amiguinhos para brincar.

Mas confesso que passei a olhar os boletins meteorológicos umas 5 vezes por dia.

Um outro consolo nos aquece o coração... eis que ela veio... Tudo bem que deixe até os ossos gelados, tudo bem que deixe aquele perigo iminente de escorregar e cair, tudo bem que deixe um rastro de sujeira na rua depois de ir embora, porque ela é linda e encanta as crianças que ficam em polvorosa com sua presença. Com vocês, a neve em Paris:




segunda-feira, 4 de fevereiro de 2019

Começando 2019 em Paris!

Um pouco defasada, começo o ano de 2019 no blog somente agora...

O último post havia sido publicado no início de dezembro de 2018, e àquela época estava cheia de expectativas para o final do ano. E eis que cada uma foi sendo quebrada, exatamente como a vida faz para passar uma lição, para dar aquela chacoalhada que a gente de vez em quando precisa.

Vou fazer um resumo básico, mas muitos temas serão objeto de próximos posts, para saciar minha demanda reprimida de compartilhar nossas aventuras e, porventura, algumas desventuras...

Pra começar, logo no primeiro dia das férias de Nöel (21∕12), Theo caiu doente... aquela coisa básica de febre, tosse, que foi perdurando... então, acabamos ficando em casa no Natal e perdemos a ceia na casa dos queridos amigos. Minha tia havia vindo passar uns dias e acabamos não aproveitando o quanto gostaríamos. Foi muito bom tê-la por e ao menos salvou nossa ceia improvisada, em casa mesmo. Afinal, motivo para agradecer não nos falta!

Devido ao frio que já havia chegado com tudo, acabei adiando nossa ida às chamadas Grands Magasins (Galeries Lafayette e Printemps) para ver suas famosas decorações de Natal, justamente para as férias... daí veio a segunda quebra de expectativa. Com essa gripe que Theo pegou, e mais o início das manifestações dos Gilets Jaunes, acabamos não vendo nada... E aquela famosa lição de não 'deixar para amanhã o que se pode fazer hoje' ficou mais evidente. Paciência... Fica para uma próxima...

Também nesse final do ano, começamos a pensar nos passos seguintes, e entramos num certo impasse sobre nossa decisão de voltar ao Brasil ou não (inicialmente nosso retorno estava previsto para o dia 01∕02; ou seja, a essa hora já deveríamos estar de volta!).

E eis que a virada do ano trouxe uma tsunami na minha vida. Estamos longe de casa, mas às vezes alguns problemas cruzam o além-mar. E este acabou sugando minhas energias por quase todo o mês de janeiro. Mais lições aprendidas. E uma decisão se consolidou: por aqui ficaremos até julho, para que Theo possa completar seu ano escolar e a gente possa ainda explorar mais dessa imersão cultural que nunca cessa de nos enriquecer a alma.

Então, agora, com tudo mais contornado, posso voltar à minha rotina. Bem estilo fênix volto com tudo! E que venha 2019!