quarta-feira, 29 de agosto de 2018

Paris plages, ou 'as praias de Paris'

O grande projeto da prefeitura para o verão daqui se chama "Paris Plages". Totalmente gratuito, este ano ele ficou concentrado em dois locais: em uma parte das margens do Rio Sena e num trecho do Parc de la Villette. No programa, atividades para todos os gostos. Muito organizado, deixando a cidade com um astral muito bom!


Nas margens do Sena foram colocadas cadeiras de praia, alguns 'chuveirinhos', guarda-sóis, e o povo ficava lá tomando um bronze:



Para as crianças, duas ludotecas foram instaladas, garantindo diversão também para os mais crescidinhos:



Mas no Parc de la Villette, na minha opinião, é onde estava mais animado. Montaram uma grande estrutura, com areia e parquinho para as crianças brincarem:



E demarcaram uma área do rio que passou a funcionar como piscina. A estrutura é bem parecida com a das piscinas públicas, que já contei aqui. Armários para guardar os pertences, duchas para tomar banho antes de entrar na piscina, salva-vidas e segurança. Fomos em uma tarde com alguns amigos que fizemos e foi bem divertido:


Aqui em Paris deu para sentir que durante o verão o pessoal some, tira férias de verdade, e a maioria viaja. Mas quem não pôde sair da cidade não teve do que reclamar!

sexta-feira, 24 de agosto de 2018

Um fim de semana Holandês

Nessa viagem demos uma leve pincelada em duas cidades holandesas: Roterdã e Haia. Amsterdã fica para uma próxima vez, com mais calma. Afinal, o grande objetivo dessa viagem era reencontrar amigos, deixar as crianças se divertirem juntas e proporcionar o passeio de trem que Theo estava louco para fazer.

Mas foi possível incluir sim um passeio ou outro, o suficiente para fazer com que gostássemos muito do país.

Em Roterdã passamos uma bela tarde. Logo notamos a temperatura mais baixa que em Paris e o mais impressionante: o tráfego de bicicletas.  Lá elas têm prioridade até mesmo em relação aos pedestres. São tantas e circulam a tal velocidade que a gente tem que estar sempre ligado.

Caminhamos pelo centro e pudemos conhecer alguns pontos turísticos:

Uma pracinha com aquele típico estilo de chafariz que encanta as crianças 

As famosas e ousadas "Casas Cubo"  

E o que eu mais gostei foi o Mercado Central:

Eram inúmeras lojinhas com diferentes coisinhas deliciosas para comer. Temperos, queijo, chocolates, frutas... panquecas, waffles, biscoitos, sucos, saladas... Ai ai... passaria o dia todo ali provando cada uma das especialidades...

O fim do dia chegou e fomos encontrar a minha amiga para irmos para a casa dela em Haia. Theo e Luísa se encontraram e não se desgrudaram mais. Dava gosto de vê-los juntos, em altos papos, brincadeiras mil. Fora uma pequena faísca ou outra, os dois se deram super bem. E nós duas íamos aproveitando cada oportunidade para colocar o papo em dia.

Em Haia também passeamos pelo Centro - mais historico e com prédios da alta administração da Holanda. Exploramos muito um parque localizado ao lado do apartamento delas. Ali fomos passear e as crianças se fartaram no parquinho e na parte de esculturas em troncos de árvore:


No domingo fomos conhecer uma cidade em miniatura (Madurodam). Lá estão as principais cidades, monumentos e fábricas holandeses em escala miniatura. Confesso que não estava muito animada, achei que fosse algo caça-níquel porque achei o preço muito salgado (15€ individual, e com o desconto por termos comprado online deu 52€ para 4 pessoas) para ficar vendo maquete... kkkk

Mas uma coisa essa minha amiga disse e eu atestei nessa ocasião: os holandeses são muito bons em curadorias em geral. Esse parque era muito bem feito, super interativo e até nós adultos nos empolgávamos:


O bom é que ali pudemos ver um pouco de toda a Holanda e saímos com um forte gostinho de quero mais. Pelo país e pelo fim de semana entre amigos que tanto bem fez ao coração!

quarta-feira, 22 de agosto de 2018

Viajando de trem: Paris X Holanda

Viajar de trem pela Europa é a melhor pedida. Nem há como definir a gama de possibilidades nessa extensa malha ferroviária (próxima a 250 mil quilômetros) que interliga de forma confortável, rápida e segura, tão distintos países.

Desde que aqui chegamos, Theo ficou encantado com os trens. Ele havia andado de trem antes de completar 2 anos, durante uma viagem pela Alemanha, mas obviamente não se recordava. Logo decidimos incluir uma viagem de trem nesse nosso ano aqui em Paris.

E o embrião dessa viagem começou a tomar forma em abril, quando uma querida amiga de faculdade, que mora atualmente em Haia, na Holanda, veio nos visitar com sua filha de 7 anos. Theo e Luísa brincaram à beça, se deram super bem (o que já contei aqui).

Já ali compramos as passagens de trem para a Holanda, país que nenhum de nós conhecia. São muitas as ofertas de bilhetes e os preços são progressivos - mais baratos à medida que a compra é feita com a maior antecedência possível, por isso nos apressamos tanto em garantir os nossos.

Logo após a compra, Theo já começou a perguntar quando seria a viagem. Explicávamos que seria nas férias... E, quando as férias chegaram, ele passou a perguntar da viagem todo santo dia. Tive que fazer um calendário para irmos riscando, a cada dia, um a menos para a chegada da grande viagem! E ela finalmente chegou:


Theo ficou super animado e curioso com tudo. A enorme estação (Gare du Nord - uma das mais movimentadas da Europa), os trens e todos os detalhes que já havíamos visto em alguns livros que lemos sobre trens durante as férias.

O dia estava lindo e em cerca de 2h30min já estávamos em Rotterdam/Holanda, após ter passado pela Bélgica. Afinal, o TGV (modelo do trem, denominado 'train à grande vitesse') chega a 320km/h.


Em todo o percurso, na entrada e na chegada, apenas precisamos de bilhetes válidos. Em nenhum momento houve necessidade sequer de mostrar identidade ou passaporte. A integração e a desburocratização são de fato notáveis.

E assim estávamos prontos para nosso fim de semana holandês...

terça-feira, 14 de agosto de 2018

Verão também rima com liquidação: indo às compras em Paris

Paris é conhecida mundialmente como uma das capitais do consumo, especialmente de bens de luxo. Como sobreviver nesse ambiente tão sedutor com orçamento restrito?

Bem... De fato, caminhando pelos bairros chiques da Rive Gauche, o melhor é fechar os olhos. As boutiques são mais que atraentes e você fica hipnotizado com aqueles itens inúteis, que dão o real significado da palavra 'bibelot'. Inegável que os lojistas prezam pela beleza e pela especificidade - chás, cremes, biscoitos... tudo tratado como se jóias fossem. Padarias e chocolaterias artesanais são meu ponto fraco. Outro dia nos deparamos com uma loja especializada em pistache. Dá pra imaginar?


Mas nós não fazemos parte desse mundo... Morando aqui ao longo desse ano, impossível não ficar convertendo os preços para nossa moeda tão desvalorizada no momento... Então, além daquelas pesquisas de preços básicas, focamos nas épocas de liquidação: os famosos soldes!

Tudo o que conhecemos de liquidação no Brasil pode ser esquecido. E isso, felizmente, aprendemos já na primeira vez que viemos, em 2011. Aqui os descontos são levados a sério! São dois períodos oficiais de 6 semanas durante o ano: um no verão e outro no inverno. Além de altos, os descontos são progressivos. A cada semana, os preços diminuem. Até virarem verdadeiras pechinchas. E tudo vira um jogo de paciência e estratégia: você espera o preço cair, mas tem que fica de olho porque vai acabando rápido.

Desde que chegamos não havia  comprado praticamente nada. Só pensava que chegaria a época da liquidação. E ela chegou no dia 27 de junho: les soldes d'été. Separei uma tarde para ir a um grande shopping (fui ao Italie Deux, que fica perto de casa e onde vi que poderia encontrar as minhas lojas preferidas) e nesse dia fui à forra. Em outras ocasiões posteriores, eventualmente comprei alguma coisinha nas lojas perto de casa. E assim fui nos abastecendo... Com roupas de verão que eu estava carente e até com roupas para o frio que não tarda a vir. Cheguei a conseguir descontos de 90% em determinados itens. Mas sempre mantendo a cabeça no lugar, kkkk.

Sem dúvida minha esperança valeu à pena e eu fiquei bem satisfeita com as estratégias traçadas!

Então, se quiserem planejar uns dias em Paris que incluam turismo e compras, sejam estrategistas e vejam a época de liquidação. Já vou avisando: a próxima liquidação, de inverno, começa no dia 09 de janeiro de 2019.

domingo, 12 de agosto de 2018

À la piscine

Desde que aqui chegamos, em uma de nossas caminhadas pelo bairro, nos deparamos com duas grandes instalações públicas que chamaram nossa atenção  - um ginásio esportivo e uma piscina. Em ambos são oferecidas, pela prefeitura, atividades esportivas e recreativas para todas as idades.

Confesso que nunca fui muito fã de piscina, mas com a chegada do verão e das férias, passei  a considerar essa ideia. Algumas conversas no parquinho, com outros pais, também ajudaram no processo, pois ajudaram a eliminar meus receios. Em primeiro lugar, imaginava que fosse muito cheia, e depois ficava com receio quanto à sua limpeza...

Quando fomos pela primeira vez, fiquei pra lá de impressionada com a estrutura e a organização e vi que eu estava completamente errada na minha avaliação prévia.

Além das aulas de natação que são oferecidas, há horários para livre acesso, que, durante o verão, são estendidos. 

A prefeitura coloca à disposição dos parisienses (pasmem!) quase 40 piscinas (https://www.paris.fr/piscines) nessas condições.

A que visitamos, a Jean Boiteux, fica a cerca de 15 minutos a pé daqui de casa e, na realidade, é uma estrutura composta por duas piscinas - uma de 25m X 15m e outra menor, de 15m X 6m.

Para entrar, além de estar usando roupa de banho, é obrigatório o uso de toca de cabelo. Antes mesmo de entrar no vestiário, temos que tomar uma ducha com sabonete, e para chegar à piscina lavamos os pés em água corrente novamente.

Lá dentro, professores de natação  atuam como guarda-vidas e certificam o cumprimento das regras. Não pode correr, comer ou mergulhar de cabeça na piscina menor.

Theo se esbaldou e nós passamos a frequentar mais a piscina para fugir do calor:


E quanto pagamos para passar a tarde toda nos divertindo lá dentro? A entrada se dá mediante pagamento de uma tarifa que considero baixa: €3,50 por adulto e €2,00 por criança, sendo que na compra de 10 tickets é concedido um desconto de 20% (e esta é apenas uma dentre outras modalidades de descontos existentes).

Tenho observado esse modelo: uma ampla infraestrutura fornecida pelo setor público, a qual você pode usufruir pagando de acordo com sua renda. Um assunto ainda a ser explorado mais à frente.

quarta-feira, 8 de agosto de 2018

Mais um domingo de museu gratuito: Musée du Quai Branly

Como eu havia falado num post lá atrás (Programas gratuitos em Paris), todo primeiro domingo de mês, vários museus da cidade podem ser visitados gratuitamente.

No último domingo, que foi o primeiro do mês de agosto, escolhemos mais um museu para visitarmos. Dessa vez, fomos ao Musée du Quai Branly, que não figura entre os mais badalados, e justamente esse foi um dos motivos que nos encorajou a visitá-lo. No calorão que estava fazendo, não estávamos com energia para gastar muito tempo na fila, muito menos com o Theo.
Além disso, ainda não o conhecíamos e havia visto que sua coleção está voltada para obras e objetod originários das Américas, África, Oceania, Ásia.

Outro fator que muito contribuiu para essa escolha foi seu jardim - que é, de fato, belíssimo - e sua localização: bem ao lado da Torre Eiffel. Na foto abaixo dá para ter uma ideia do quanto o local é privilegiado:

https://www.discoverwalks.com/blog/top-5-things-to-do-at-the-musee-du-quai-branly/

Theo gostou muito do Museu - ele tem uma arquitetura atraente e as coleções chamaram a atenção dele. Acho importante ir apresentando os Museus às crianças. De forma gradual, evitando chegar  a um ponto de saturação. Acho que fomos felizes nesse dia. Ao final da visita, sentamos no jardim para tomar nosso lanche e, em seguida, para fechar com chave de ouro, fomos ao terraço do Museu, que tem uma vista de tirar o fôlego: 


Já estou de olho no primeiro domingo de setembro para visitarmos mais um Museu especial...

sábado, 4 de agosto de 2018

Paris 40 graus!

O mais que aguardado verão chegou! Meio tímido no início, mas depois disse a que veio e as temperaturas começaram a bater os 40 graus!

Foi a chegada de seguidas 'canicules' - ondas de calor muito elevado que se prolongam por vários dias e noites.
O fenômeno tem sido responsável pela  ascensão do mês à terceira colocação na lista dos meses de julho mais quentes desde 1900 (perdendo apenas para os anos de 1983 e 2006).

Não me surpreende.
Quando chegamos, não havia um março tão frio há décadas.
A França não ganhava uma Copa do Mundo há 20 anos!
2018 não está sendo um ano típico...

O calor aqui é diferente do que experimentamos no Brasil: muito seco e com aumento sensível da poluição.

Uma observação importante não pode passar despercebida: nos parquinhos, jardins, às vezes no meio da rua, encontramos fontes de água potável para bebermos, para as crianças eventualmente brincarem. Com a secura do clima, isso é fundamental. Certamente não é uma estrutura barata, mas traz grande acréscimo na qualidade de vida. E tem um papel social significativo: as pessoas que moram nas ruas têm esse importante direito vital garantido. Fiquei me perguntando como essas pessoas se hidratam no Brasil... Não me lembro de ver algo parecido com esse tipo de estrutura no nosso país.

A prefeitura monta, ademais, uma verdadeira estratégia para atacar a questão da poluição, acentuada pelas temperaturas elevadas: diminuição compulsória da velocidade dos veículos, estacionamento residencial gratuito, rodízio de carros, descontos no transporte público. Alem de realizar diversas campanhas para chamar a atenção da população quanto à necessidade de se hidratar.

E, assim, dá pra afirmar que, apesar de uma noite ou outra mal dormida devido ao calor, temos procurado aproveitar os lindos dias de sol (com o devido cuidado), como é possível observar nessa foto abaixo, de um dos mais lindos ângulos da Catedral de Notre Dame, envolta pelo exuberante azul do céu e das águas do Rio Sena:


Como não tem praia, vamos também curtindo as alternativas que a cidade oferece para o verão, enquanto o inverno não chega... Pode-se dizer que o clima é efervescente. Muita programação cultural e opções para explorar: Piscinas Públicas; Paris Plages e Baignades. Cada uma merecerá um post específico!