E eis que chegou o último mês do ano! Para começar a esquentar a bateria para o Natal, aderimos a uma tradição francesa bem simpática: o "Calendrier d'Avenir", que descobri ao ver variadas opções nas vitrines de chocolaterias, mercados e lojas de brinquedos. Como o nome não é tão misterioso assim, por dedução percebi (e depois confirmei com os franceses que conheço) que se tratava de um calendário de contagem regressiva até o dia de Natal. E em cada dia desse calendário tem uma surpresinha, em geral um chocolate, mas pode também ser um brinquedo (tem do Lego, do Playmobil). Enfim, mais uma dessas invenções do comércio às quais acabamos nos rendendo... Comprei um bem baratinho para o Theo, apenas para entrar na brincadeira, e logo em seguida ele ganhou um da vizinha, bem mais caprichado:
E ele tem estado muito animado. Não apenas com o calendário e suas surpresas diárias, mas, principalmente, com as decorações natalinas. Para em cada vitrine para admirar os menores detalhes, fica eufórico com cada enfeite que encontra.
Aqui no jardim do nosso prédio o clima natalino impera. Nossas vizinhas capricharam na decoração! E tiveram uma iniciativa muito querida: pegaram uma caixa cheia de enfeites e deram para o Theo colocar na pequena árvore que fica em frente à nossa janela, no jardim comum. Esse então virou nosso "sapin de nöel" - colorido e enfeitado, iluminado com pisca-pisca, também dado por uma das vizinhas:
Theo ficou super orgulhoso, dizendo que o Papai Noel vai adorar nosso jardim e a árvore que decoramos. Sem dúvida, nosso natal não seria o mesmo sem esse imenso carinho que recebemos da Monique e da Geneviève. E teve mais: nos deram guirlanda para colocar na porta; adesivos para a janela de vidro. Elas são uns anjos que fazem com que nos sintamos praticamente "em casa".
Também demos início à maratona de ver as decorações de natal na cidade. No grande centro comercial 'Les Halles' tiramos as primeiras fotos natalinas:
Muitas outras estão por vir porque ainda pretendemos visitar grandes lojas e suas decorações tradicionais!
A nossa programação de dezembro será intensa. E a noite de Natal passaremos 'em família' - faremos uma ceia na casa dos nossos queridos amigos brasileiros - Flávia e Dante e teremos uma visita especial da minha tia Lídia que virá se juntar a nós para deixar nosso Natal ainda mais recheado de amor; nossos corações mais reconfortados!
Paris é conhecida mundialmente como uma cidade romântica e turística. Esse blog foi idealizado para compartilhar um pouco de nossa vida em família na cidade, apresentando lados ainda não tão explorados da cultura francesa.
quarta-feira, 12 de dezembro de 2018
quinta-feira, 29 de novembro de 2018
Fazendo amigos!
O início da adaptação foi tão pesado que não havia energia nem para fazer amigos. Eu fiquei um período bem fora do eixo, focada em ajudar o Theo a se encontrar no novo ambiente.
Eu agradecia todo dia pela existência do whatsapp, que me permitia contato com amigos do Brasil. E depois fui encontrando amigos e conhecidos que vinham visitar a cidade.
Mas, é claro que não podia ficar por aí.
Eu até conversava com as vizinhas tão queridas, com algumas pessoas no parquinho, mães de amiguinhos da escola, mas cada um tem sua vida corrida, e nenhuma amizade engatou.
Até que veio a primeira oportunidade! Havia ido com o Theo a uma das ludotecas montadas pela prefeitura às margens do Rio Sena, ali em maio. Um casal de brasileiros de estava lá com o filho e acabamos conversando. Eles estavam prestes a se mudar para Paris, Theo e Dante se deram super bem, ambos com 4 anos. Trocamos nossos números de celular e juro que eu fiquei igual adolescente, pensando se essa relação engataria, kkk. E, agora, alguns meses depois, posso dizer que Dante tem sido o melhor amigo do Theo aqui. E a Flávia, a minha melhor amiga!
Passamos a nos encontrar com frequência. Às vezes aqui em casa (um pouco menos porque, como já comentei, estamos em apenas 20m²), e outras na casa deles que fica a algumas estações de metrô. E também passamos a fazer várias programações juntos:
Nessas idas e vindas fizemos várias descobertas juntas, e vamos desbravando a cidade mais ou menos na mesma situação, já que ambas somos neófitas na cidade. Já até saímos apenas nós duas para tomar cafezinho:
E o que é muito bom é que eles vêm de uma experiência anterior de morar fora - viveram por 3 anos na China antes de virem para Paris. Então, muitas vezes eu recorro a ela para desabafar sobre aqueles sentimentos que surgem quando estamos nos adaptando fora do nosso país. E ela me entende! Como é bom!!!
Até o Heberti fala que agradece pelo surgimento dessa amizade - ele sabe o quanto eu sinto falta de amigos! E para o Theo também está sendo muito bom construir essa que vai ser sua primeira verdadeira amizade... que possamos cultivá-la e levá-la para toda a vida!
Eu agradecia todo dia pela existência do whatsapp, que me permitia contato com amigos do Brasil. E depois fui encontrando amigos e conhecidos que vinham visitar a cidade.
Mas, é claro que não podia ficar por aí.
Eu até conversava com as vizinhas tão queridas, com algumas pessoas no parquinho, mães de amiguinhos da escola, mas cada um tem sua vida corrida, e nenhuma amizade engatou.
Até que veio a primeira oportunidade! Havia ido com o Theo a uma das ludotecas montadas pela prefeitura às margens do Rio Sena, ali em maio. Um casal de brasileiros de estava lá com o filho e acabamos conversando. Eles estavam prestes a se mudar para Paris, Theo e Dante se deram super bem, ambos com 4 anos. Trocamos nossos números de celular e juro que eu fiquei igual adolescente, pensando se essa relação engataria, kkk. E, agora, alguns meses depois, posso dizer que Dante tem sido o melhor amigo do Theo aqui. E a Flávia, a minha melhor amiga!
Passamos a nos encontrar com frequência. Às vezes aqui em casa (um pouco menos porque, como já comentei, estamos em apenas 20m²), e outras na casa deles que fica a algumas estações de metrô. E também passamos a fazer várias programações juntos:
Theo e Dante na 'praia' em La Vilette
E o que é muito bom é que eles vêm de uma experiência anterior de morar fora - viveram por 3 anos na China antes de virem para Paris. Então, muitas vezes eu recorro a ela para desabafar sobre aqueles sentimentos que surgem quando estamos nos adaptando fora do nosso país. E ela me entende! Como é bom!!!
Passeando no Parc André Citröen
Até o Heberti fala que agradece pelo surgimento dessa amizade - ele sabe o quanto eu sinto falta de amigos! E para o Theo também está sendo muito bom construir essa que vai ser sua primeira verdadeira amizade... que possamos cultivá-la e levá-la para toda a vida!
domingo, 25 de novembro de 2018
Musée Rodin: mais um rico programa gratuito
Nesse domingo de museu gratuito, resolvemos revisitar o
Musée Rodin. Já havíamos visitado os jardins do Museu (o ponto mais forte da
visita), mas não a parte interna.
Aproveitamos a ocasião de gratuidade para fazer o passeio completo, e ao mesmo tempo apresentá-lo ao Theo – e também à minha cunhada que deu a sorte de estar na cidade justamente num primeiro domingo do mês. Ela teve um banho de arte nesse dia porque passou a manhã no Louvre e a tarde no Rodin. Nada mal e tudo a 0800.
Aproveitamos a ocasião de gratuidade para fazer o passeio completo, e ao mesmo tempo apresentá-lo ao Theo – e também à minha cunhada que deu a sorte de estar na cidade justamente num primeiro domingo do mês. Ela teve um banho de arte nesse dia porque passou a manhã no Louvre e a tarde no Rodin. Nada mal e tudo a 0800.
O Musée Rodin fica bem no meio do arrondissement 7, e seu próprio entorno é composto de belos prédios
e lojas de tirar o fôlego. Como disse acima, tem seu ponto alto no amplo
jardim da grande casa onde o escultor morou, emoldurado por suas maiores obras:
“O Pensador”, “A Porta do Inferno”, dentre muitas outras.
Na parte interna do Museu, além de muitas de suas obras,
podemos ver parte do seu acervo pessoal – obras de pintores e escultores que
também nos encantam. Rodin doou todo seu acervo e obras para que sua arte pudesse esculpir esse lindo Museu.
Termino aqui com essa dica: ao vir a Paris, não deixem de visitar esse que é um dos museus mais bonitos da cidade. Se a grana estiver curta e não der para pagar a tarifa plena de 10€ para visitar o museu e o jardim de esculturas, vale visitar ao menos os jardins, pagando a tarifa de 4€. Ou se der sorte, aproveite um primeiro domingo dentre os meses de outubro a março. Vale a pena!
terça-feira, 20 de novembro de 2018
Paris para adultos
O texto de hoje é dedicado a um tema bem divertido: sexo! A forma com que ele é tratado aqui em Paris me chamou a atenção na nossa primeira vinda em 2011. Minha impressão é de que a sociedade francesa lida com as questões relacionadas ao sexo sem tanto tabu. Um exemplo bem ilustrativo é o fato de ser comum cenas com caráter erótico em filmes que passam na televisão mesmo em horários mais cedo. À noite, já vimos, mais de uma vez, programação que consideraríamos pornográfica na TV aberta; bem acessível, portanto.
Cada pessoa que nos visita traz consigo interesses particulares, e é quando se abre uma janela para eu falar em algum tópico específico. Minha cunhada, por exemplo, tinha dois interesses em pólos opostos: o primeiro era conhecer o Mickey, o que já contei na postagem sobre nossa ida à Disney. O segundo estava relacionado à sua profissão, de psicóloga-sexóloga (trabalho que pode ser conhecido em: https://www.facebook.com/prazeresofrimento/ ). Nesse contexto, ela pediu para visitar algumas regiões parisienses que aproveito para compartilhar com vocês.
A primeira região que visitamos foi Pigalle, que fica ali entre o 9⁰ e o 18⁰ arrondissements. Ali está o que poderíamos chamar de um cluster dos inferninhos. Sex shops para todos os gostos, uma atrás da outra. Fomos eu, minha cunhada, e ainda arrastei minha amiga Flávia. Fomos entrando em uma por uma das lojas, tentando identificar certos aparatos que nem sempre era possível descobrir qual o seu uso. Também estão por ali várias casas de espetáculo. Em uma que passamos em frente o responsável nos chamou para oferecer um 'show'. Vendo nossa resistência, chegou a soltar a frase "podem vir até aqui na recepção, não vou morder vocês", kkkkk. Por €30, ele oferecia um strip tease ao vivo em uma cabine... tirem suas conclusões do que não deve passar por lá...
E o Cabaret mais famoso da cidade, fundado em 1889, e que resiste como ponto turístico muito frequentado estava lá firme e forte: o Moulin Rouge.
Só deu para tirar fotos da fachada porque a entrada mais barata para assistir a um espetáculo custa a bagatela de €127. E vive esgotado!
Enfim, foi um dia de muitas risadas. E para fechar o assunto com chave de ouro, Marcinha quis visitar um outro endereço, dessa vez no bairro do Marais (ver: http://www.maiorviagem.net/o-que-fazer-em-le-marais/), uma parte muito charmosa da cidade, que fica entre o 3⁰ e o 4⁰ arrondissements. É uma delícia de se caminhar por entre suas ruas, prédios históricos e vitrines exuberantes. Como esperado, ela ficou encantada. Mas a sua visita tinha um objetivo claro. Uma parte do bairro tem forte presença da comunidade LGBT, e ali no 'buxixo' está uma padaria que vale a pena visitar. As fotos abaixo eliminam qualquer necessidade de descrição adicional:
Comentários para a redação!
;-)
Cada pessoa que nos visita traz consigo interesses particulares, e é quando se abre uma janela para eu falar em algum tópico específico. Minha cunhada, por exemplo, tinha dois interesses em pólos opostos: o primeiro era conhecer o Mickey, o que já contei na postagem sobre nossa ida à Disney. O segundo estava relacionado à sua profissão, de psicóloga-sexóloga (trabalho que pode ser conhecido em: https://www.facebook.com/
A primeira região que visitamos foi Pigalle, que fica ali entre o 9⁰ e o 18⁰ arrondissements. Ali está o que poderíamos chamar de um cluster dos inferninhos. Sex shops para todos os gostos, uma atrás da outra. Fomos eu, minha cunhada, e ainda arrastei minha amiga Flávia. Fomos entrando em uma por uma das lojas, tentando identificar certos aparatos que nem sempre era possível descobrir qual o seu uso. Também estão por ali várias casas de espetáculo. Em uma que passamos em frente o responsável nos chamou para oferecer um 'show'. Vendo nossa resistência, chegou a soltar a frase "podem vir até aqui na recepção, não vou morder vocês", kkkkk. Por €30, ele oferecia um strip tease ao vivo em uma cabine... tirem suas conclusões do que não deve passar por lá...
E o Cabaret mais famoso da cidade, fundado em 1889, e que resiste como ponto turístico muito frequentado estava lá firme e forte: o Moulin Rouge.
Foto tirada em 2011 (olha minha cara de novinha em folha! kkkk)
Só deu para tirar fotos da fachada porque a entrada mais barata para assistir a um espetáculo custa a bagatela de €127. E vive esgotado!
Enfim, foi um dia de muitas risadas. E para fechar o assunto com chave de ouro, Marcinha quis visitar um outro endereço, dessa vez no bairro do Marais (ver: http://www.maiorviagem.net/o-que-fazer-em-le-marais/), uma parte muito charmosa da cidade, que fica entre o 3⁰ e o 4⁰ arrondissements. É uma delícia de se caminhar por entre suas ruas, prédios históricos e vitrines exuberantes. Como esperado, ela ficou encantada. Mas a sua visita tinha um objetivo claro. Uma parte do bairro tem forte presença da comunidade LGBT, e ali no 'buxixo' está uma padaria que vale a pena visitar. As fotos abaixo eliminam qualquer necessidade de descrição adicional:
Comentários para a redação!
;-)
sábado, 10 de novembro de 2018
Disneyland Paris e a realização de um sonho
O ponto alto dessas férias foi nossa ida à Disneyland Paris, a atração mais visitada da França e da Europa, que fica a 50min da cidade. Dá para fazer bate-volta para quem se satisfaz com "pouco" (porque obviamente não dá para explorar tudo o que complexo oferece em tão pouco tempo).
E o investimento é alto: o ingresso custou €79 por adulto e €72 o infantil para apenas um dia, para apenas um parque; no nosso caso escolhemos o Disneyland Park (é possível encontrar ingressos mais baratos para dias fora de temporada - férias, feriado, dias comemorativos; e pagar €20 a mais para visita a ambos os parques; o outro é o Walt Disney Studios Park).
Acho que eu nem teria decidido ir à Disney, não fosse a visita da minha cunhada Márcia, que é aficionada pelo Mickey e sonhava "conhecê-lo".
Unindo, então, o útil ao agradável, lá fomos nós. Heberti não foi porque ficava meio pesado gastar essa grana para irmos os três a um programa que certamente não seria tão agradável assim para ele... hehehe
Mas conseguimos nos organizar e aproveitar o que deu... Um site que usei para nos guiar e que de fato ajudou muito foi: http://www.visiteatsleep.com/disneyland-paris-como-chegar-comprar-bilhetes/.
Após a entrada, fomos direto para a parte final do parque - "Fantasy Land", onde estão os brinquedos mais relacionados às personagens.
Nossa primeira missão foi visitar a casa do Mickey para poder tirar foto com ele. Foi cerca de 1h de espera. Mas a fila era dentro de grande sala com uma enorme tela de cinema onde passavam desenhos do Mickey e seus amigos. Bela distração para a criançada. E o engraçado é que na fila havia muitos marmanjos sem crianças, só esperando para também ver o grande símbolo da Disney. Em alguns momentos, minha cunhada ficou na fila e fui do lado de fora - levar Theo ao banheiro e conseguir um 'fast pass' para uma atração mais tarde. Sei que Theo ficou animadíssimo ao ver o Mickey ao vivo. Minha cunhada se derreteu! E até eu me rendi; 'ele' é uma graça. Pudemos tirar foto com calma e, obviamente, havia um fotógrafo profissional... logo na saída vinha a facada, que após tanta espera não dava para evitar. O resultado é que conseguimos registrar em alto nível esse belo momento:
Dali partimos para uma atração que valeu muito à pena. O "Trem da Disney" que nos levou para percorrer todo o parque, com vista acima dos brinquedos. Pudemos ter uma melhor ideia da grandiosidade do parque e saímos com a certeza de que seria impossível aproveitar tudo o que gostaríamos. Como Theo adora andar de trem, a espera de 50 minutos por uma atração que levou quase 30 valeu demais:
A partir daí nos separamos: minha cunhada foi às compras e eu fui com Theo a outros brinquedos. Primeira parada: "O Curioso Labirinto da Alice" (no País das Maravilhas). Esse também valeu muito à pena porque o tempo de espera foi curto, o labirinto ia subindo com diversas surpresas até chegarmos ao topo que dava para outra linda vista do parque:
Em seguida, fomos para as "Viagens de Pinóquio". Esperamos quase 1h mais uma vez e entramos em um carrinho que ia percorrendo cenários da estória do Pinóquio. Como era escuro e a maior parte dos momentos registravam os perigos enfrentados pelos boneco, Theo ficou com um pouco de medo. Mas no final saiu saltitante.
Confesso que, diante da multidão, priorizamos atrações próximas entre si. Então, logo ali do lado estava o "Dumbo: o elefante voador", e partimos para um voo emocionante, com o cair da noite e mais uma vez tendo acesso a uma vista deslumbrante do parque.
Aí já era final do dia. Encontramos novamente minha cunhada que veio toda alegre com suas compras. Ela também conseguiu ver o desfile com todas as personagens e gostou bastante - como Theo preferiu brincar, deixei essa parte pra lá, até porque vira e mexe, caminhando pelo parque, nos deparávamos com algum show com personagens.
Para fechar o dia, então, fomos ao brinquedo "O voo de Peter Pan", para o qual havia conseguido pegar o 'fast pass', o que permitiu que enfrentássemos menos de 10 minutos de fila, do contrário, seriam 2h de espera! Nós três entramos num balãozinho que ia, similarmente ao do Pinóquio, passando por cenários da estória de Peter Pan.Theo igualmente ficou com um pouco de medo e saiu saltitante.
A noite havia chegado, mas o parque não diminuía o ritmo na mesma velocidade. O balanço foi de muita diversão e pude ver que Theo já está pronto para esse tipo de aventura. Ele se comportou perfeitamente, conseguiu esperar nas filas direitinho, não reclamou de nada, foi obediente e se divertiu horrores. Apesar do corre-corre vamos guardar esse dia na memória. Foi muito bom fazer parte da realização de um sonho de uma pessoa tão querida para nós. Jamais imagem ida à Disney seria tão especial!
E o investimento é alto: o ingresso custou €79 por adulto e €72 o infantil para apenas um dia, para apenas um parque; no nosso caso escolhemos o Disneyland Park (é possível encontrar ingressos mais baratos para dias fora de temporada - férias, feriado, dias comemorativos; e pagar €20 a mais para visita a ambos os parques; o outro é o Walt Disney Studios Park).
Acho que eu nem teria decidido ir à Disney, não fosse a visita da minha cunhada Márcia, que é aficionada pelo Mickey e sonhava "conhecê-lo".
Unindo, então, o útil ao agradável, lá fomos nós. Heberti não foi porque ficava meio pesado gastar essa grana para irmos os três a um programa que certamente não seria tão agradável assim para ele... hehehe
Vínhamos acompanhando a meteorologia porque justamente naquela semana estava frio e chuvoso. Quando vimos que o sol sairia na sexta, batemos o martelo. Decisão mais que acertada pois fez um dia lindo! Mas teve seu revés: era o último dia das férias de Toussaint, além de feriado na França e acho que todo mundo estava, como nós, aguardando o sol. Porque estava LO-TA-DO. E aí é aquele básico: fila para tudo, horas de espera e engarrafamento humano em diversos momentos. Dá uma olhada na muvuca quando chegamos:
Após a entrada, fomos direto para a parte final do parque - "Fantasy Land", onde estão os brinquedos mais relacionados às personagens.
Nossa primeira missão foi visitar a casa do Mickey para poder tirar foto com ele. Foi cerca de 1h de espera. Mas a fila era dentro de grande sala com uma enorme tela de cinema onde passavam desenhos do Mickey e seus amigos. Bela distração para a criançada. E o engraçado é que na fila havia muitos marmanjos sem crianças, só esperando para também ver o grande símbolo da Disney. Em alguns momentos, minha cunhada ficou na fila e fui do lado de fora - levar Theo ao banheiro e conseguir um 'fast pass' para uma atração mais tarde. Sei que Theo ficou animadíssimo ao ver o Mickey ao vivo. Minha cunhada se derreteu! E até eu me rendi; 'ele' é uma graça. Pudemos tirar foto com calma e, obviamente, havia um fotógrafo profissional... logo na saída vinha a facada, que após tanta espera não dava para evitar. O resultado é que conseguimos registrar em alto nível esse belo momento:
Dali partimos para uma atração que valeu muito à pena. O "Trem da Disney" que nos levou para percorrer todo o parque, com vista acima dos brinquedos. Pudemos ter uma melhor ideia da grandiosidade do parque e saímos com a certeza de que seria impossível aproveitar tudo o que gostaríamos. Como Theo adora andar de trem, a espera de 50 minutos por uma atração que levou quase 30 valeu demais:
A partir daí nos separamos: minha cunhada foi às compras e eu fui com Theo a outros brinquedos. Primeira parada: "O Curioso Labirinto da Alice" (no País das Maravilhas). Esse também valeu muito à pena porque o tempo de espera foi curto, o labirinto ia subindo com diversas surpresas até chegarmos ao topo que dava para outra linda vista do parque:
Em seguida, fomos para as "Viagens de Pinóquio". Esperamos quase 1h mais uma vez e entramos em um carrinho que ia percorrendo cenários da estória do Pinóquio. Como era escuro e a maior parte dos momentos registravam os perigos enfrentados pelos boneco, Theo ficou com um pouco de medo. Mas no final saiu saltitante.
Confesso que, diante da multidão, priorizamos atrações próximas entre si. Então, logo ali do lado estava o "Dumbo: o elefante voador", e partimos para um voo emocionante, com o cair da noite e mais uma vez tendo acesso a uma vista deslumbrante do parque.
Aí já era final do dia. Encontramos novamente minha cunhada que veio toda alegre com suas compras. Ela também conseguiu ver o desfile com todas as personagens e gostou bastante - como Theo preferiu brincar, deixei essa parte pra lá, até porque vira e mexe, caminhando pelo parque, nos deparávamos com algum show com personagens.
Para fechar o dia, então, fomos ao brinquedo "O voo de Peter Pan", para o qual havia conseguido pegar o 'fast pass', o que permitiu que enfrentássemos menos de 10 minutos de fila, do contrário, seriam 2h de espera! Nós três entramos num balãozinho que ia, similarmente ao do Pinóquio, passando por cenários da estória de Peter Pan.Theo igualmente ficou com um pouco de medo e saiu saltitante.
A noite havia chegado, mas o parque não diminuía o ritmo na mesma velocidade. O balanço foi de muita diversão e pude ver que Theo já está pronto para esse tipo de aventura. Ele se comportou perfeitamente, conseguiu esperar nas filas direitinho, não reclamou de nada, foi obediente e se divertiu horrores. Apesar do corre-corre vamos guardar esse dia na memória. Foi muito bom fazer parte da realização de um sonho de uma pessoa tão querida para nós. Jamais imagem ida à Disney seria tão especial!
quarta-feira, 7 de novembro de 2018
Férias de Toussaint
Mais uma paradinha na escola: como eu havia descrito anteriormente, o calendário escolar na França é organizado de tal forma a permitir um período de duas semanas de férias, a cada 6 semanas de aula. Particularmente, acho ótimo esse esquema!
E assim, após a 'rentrée' em setembro, chegamos ao primeiro período de férias do Theo, que se iniciou em 26/10: são as férias de Toussaint (que recebe esse nome devido ao feriado de todos os santos, em 01/11). E, coincidentemente, nesse período recebemos uma visita mais que especial: minha cunhada, Márcia. Isso explica a ausência de novas postagens no blog - curtimos muito essas férias e a visita ilustre!
Agora que as aulas voltaram, vou atualizar o blog com todas as nossas peripécias desse intenso período, que deixou saudades.
O afã de aproveitar ao máximo esses dias tem outra explicação... estamos vivendo os últimos momentos antes de o frio chegar com tudo. Já em outubro tivemos temperaturas abaixo dos 10 graus. É notória a redução também nas horas de dia claro, tanto que em 28/10 foi dado início ao horário de inverno aqui na França.
Por tudo isso, acho que vivemos esse período de férias mais intensamente. aproveitamos para ir com a 'Tia Marcinha' a pontos turísticos que ainda não havíamos visitado:
Theo ficou super animado. E nossas aventuras não pararam por ai... Teve ainda uma ida à Disneyland Paris, e outra ao bairro da luxúria - Pigalle -, que vou contar em detalhes mais à frente!
E assim, após a 'rentrée' em setembro, chegamos ao primeiro período de férias do Theo, que se iniciou em 26/10: são as férias de Toussaint (que recebe esse nome devido ao feriado de todos os santos, em 01/11). E, coincidentemente, nesse período recebemos uma visita mais que especial: minha cunhada, Márcia. Isso explica a ausência de novas postagens no blog - curtimos muito essas férias e a visita ilustre!
Agora que as aulas voltaram, vou atualizar o blog com todas as nossas peripécias desse intenso período, que deixou saudades.
O afã de aproveitar ao máximo esses dias tem outra explicação... estamos vivendo os últimos momentos antes de o frio chegar com tudo. Já em outubro tivemos temperaturas abaixo dos 10 graus. É notória a redução também nas horas de dia claro, tanto que em 28/10 foi dado início ao horário de inverno aqui na França.
Por tudo isso, acho que vivemos esse período de férias mais intensamente. aproveitamos para ir com a 'Tia Marcinha' a pontos turísticos que ainda não havíamos visitado:
Galeries Laffayette, Cathédrale de Notre-Dame,
Arc de Triomphe e Centre Pompidou
Theo ficou super animado. E nossas aventuras não pararam por ai... Teve ainda uma ida à Disneyland Paris, e outra ao bairro da luxúria - Pigalle -, que vou contar em detalhes mais à frente!
sábado, 20 de outubro de 2018
Um bate-volta a Berlin
Desde menina, sempre tive contato com a cultura alemã. Meu pai trabalhava na usina nuclear em Angra dos Reis, e morávamos em uma vila - Mambucaba - onde também viviam muitos alemães que participavam da transferência de tecnologia nuclear para o Brasil.
Anos mais tarde, ao iniciar minha vida profissional, fui trabalhar no Inmetro, que, coincidentemente, teve sua criação atrelada ao acordo nuclear Brasil-Alemanha. Um pouco mais tarde, adotamos Petrópolis como morada, cidade que contou com a contribuição de colonos alemães desde seus primórdios e que até hoje cultiva muitos dos traços daquela cultura.
Ao longo de todos esses anos, no Inmetro, tive a verdadeira sorte de sempre trabalhar de alguma forma envolvida em projetos de cooperação com o PTB (instituto congênere ao Inmetro na Alemanha, precursor da Metrologia no mundo.
Inseri a palavra sorte porque aprendi muito nesse convívio próximos, e ao longo dos anos fui desenvolvendo admiração pela forma de trabalho do alemão.
Anos mais tarde, ao iniciar minha vida profissional, fui trabalhar no Inmetro, que, coincidentemente, teve sua criação atrelada ao acordo nuclear Brasil-Alemanha. Um pouco mais tarde, adotamos Petrópolis como morada, cidade que contou com a contribuição de colonos alemães desde seus primórdios e que até hoje cultiva muitos dos traços daquela cultura.
Ao longo de todos esses anos, no Inmetro, tive a verdadeira sorte de sempre trabalhar de alguma forma envolvida em projetos de cooperação com o PTB (instituto congênere ao Inmetro na Alemanha, precursor da Metrologia no mundo.
Inseri a palavra sorte porque aprendi muito nesse convívio próximos, e ao longo dos anos fui desenvolvendo admiração pela forma de trabalho do alemão.
Em 2015, tivemos uma oportunidade de ouro de passarmos 4 meses naquele país (três na cidade de Braunschweig e um em Berlim), quando fui desenvolver um projeto em parceria com o PTB. Theo tinha então menos de 2 anos. Foi muito corrido e cansativo, mas a experiência foi extremamente valiosa.
Estando aqui em Paris, diante da proximidade, passou a valer a pena fazer uma visita ao PTB. Desde 2015, havia alguns pontos pendentes do projeto então iniciado e, para mim como profissional, manter esse contato ativo é fundamental, principalmente porque, ao voltarmos em 2019, eu vou precisar, mais do que nunca, de bons projetos para continuar tocando a vida no trabalho.
E assim lá fui eu. Chegamos a cogitar uma ida a 3, mas ficaria muito caro. Então, reduzi a minha estada para um bate-volta de um dia apenas. Aqui as distâncias são tão reduzidas que um vôo desses correspende, praticamente, a uma mera ponte aérea RJ-SP. Comprando com antecedência, os bilhetes ficam assustadoramente baratos, vale ressaltar.
Foram 3 reuniões no dia, todas produtivas e fluidas, ao mesmo tempo. Fui a uma das instalações do PTB onde nunca havia estado. E descobri que ali estava a primeira construção dedicada à Metrologia no mundo:
Desde nossa chegada a Paris, em março, eu vinha me dedicando a uma desintoxicação (porque saí do Brasil bem estressada) e a estar com a família, especialmente para ajudar o Theo na adaptação. Nesse período todo, pouquíssimas horas foram dedicadas a algo relacionado ao lado profissional. Foram meses de um sabático que se fazia necessário.
Mas sem me dar conta, percebi nessa viagem o quanto começo a sentir falta desse outro lado...
Ter um dia assim tão produtivo, sentir que ainda sou capaz de construir um raciocínio lógico em temas que sempre me foram tão caros, me fez um bem danado. Revi amigos queridos e pude respirar o ar dessa cidade estonteante que é Berlim - quem não conhece, vale à pena incluí-la em um possível roteiro turístico e cultural.
Voltei simplesmente revigorada!
Estando aqui em Paris, diante da proximidade, passou a valer a pena fazer uma visita ao PTB. Desde 2015, havia alguns pontos pendentes do projeto então iniciado e, para mim como profissional, manter esse contato ativo é fundamental, principalmente porque, ao voltarmos em 2019, eu vou precisar, mais do que nunca, de bons projetos para continuar tocando a vida no trabalho.
E assim lá fui eu. Chegamos a cogitar uma ida a 3, mas ficaria muito caro. Então, reduzi a minha estada para um bate-volta de um dia apenas. Aqui as distâncias são tão reduzidas que um vôo desses correspende, praticamente, a uma mera ponte aérea RJ-SP. Comprando com antecedência, os bilhetes ficam assustadoramente baratos, vale ressaltar.
Foram 3 reuniões no dia, todas produtivas e fluidas, ao mesmo tempo. Fui a uma das instalações do PTB onde nunca havia estado. E descobri que ali estava a primeira construção dedicada à Metrologia no mundo:
Desde nossa chegada a Paris, em março, eu vinha me dedicando a uma desintoxicação (porque saí do Brasil bem estressada) e a estar com a família, especialmente para ajudar o Theo na adaptação. Nesse período todo, pouquíssimas horas foram dedicadas a algo relacionado ao lado profissional. Foram meses de um sabático que se fazia necessário.
Mas sem me dar conta, percebi nessa viagem o quanto começo a sentir falta desse outro lado...
Ter um dia assim tão produtivo, sentir que ainda sou capaz de construir um raciocínio lógico em temas que sempre me foram tão caros, me fez um bem danado. Revi amigos queridos e pude respirar o ar dessa cidade estonteante que é Berlim - quem não conhece, vale à pena incluí-la em um possível roteiro turístico e cultural.
Voltei simplesmente revigorada!
sábado, 13 de outubro de 2018
Maratona cultural: Journée du Patrimoine e Nuit Blanche
No espaço de menos de um mês pudemos saborear dois grandes eventos culturais essencialmente gratuitos: a Journée du Patrimoine, nos dias 15 e 16 de setembro, e a Nuit Blanche, no dia 06 de outubro.
O primeiro evento - uma iniciativa europeia, na realidade - aconteceu em sua 35ª edição e, somente aqui na França, foram cerca de 17000 momumentos abertos ao público, com cerca de 25000 diferentes animações (ateliês, exposições, visitas guiadas, etc.). A programação era tão intensa que eu não sabia o que escolher.
Levando em consideração o quanto Theo adora polícia, bombeiros, exército e afins, no dia 15, fomos visitar a Garde Républicaine, responsáveis pela segurança nacional, especialmente de autoridades no país e chefes de Estado estrangeiros. No desfile de 14 de julho pudemos assisti-los com seus lindos cavalos. A oportunidade de agora visitar o Estado Maior da Guarda soou como algo imperdível. Ademais, fica relativamente perto de onde moramos e a entrada seria totalmente gratuita, contando com apresentação da cavalaria, visita ao estábulo e ao museu.
Claro que nos divertimos muito e Theo adorou tudo. Ficou todo animado ao colocar o chapéu dos guardas que, de tão pesado, quase não conseguia segurar:
No segundo dia da Jornada do Patrimônio, fomos visitar um pequeno museu do trem - outro tema pelo qual Theo é fascinado -, que fica em uma estação nos arredores de Paris: o Musée du Train Rosny Rail. Para lá chegar tivemos que pegar um trem regional (RER) e já aí começou a aventura. Apesar de ter sido uma viagem curtinha, pudemos mais uma vez nos deliciar com toda a atmosfera que observamos nos livrinhos que lemos. E no Museu em si foi uma diversão atrás da outra. As crianças podiam visitar a réplica de cabines de trem, obervar maquetes, equipamentos antigos, e até conduzir um grande 'ferrorama' instalado especialmente para os pequenos:
E, apenas 3 semanas depois, mais um grande acontecimento: a 17ª edição da "Nuit Blanche", que consiste em uma série de atrações artísticas gratuitas oferecidas de 19h de sábado até 7h da manhã do dia seguinte. Monumentos e restaurantes selecionados ficam abertos por toda a noite.
Escolhemos visitar o Parc Zoologique de Paris, que também fica próximo de casa, e é uma atração muito cara; logo, não podíamos perder a oportunidade de visitá-lo gratuitamente.
Essa foi a primeira balada do Theo por aqui! Fomos caminhando pela noite, em um astral maravilhoso. Muitas pessoas e famílias pelas ruas, animados e em harmonia. O caminho que percorremos para chegar até nosso destino estava todo iluminado, com instalações artísticas dando o tom da noite:
Ao chegarmos na entrada, havia um mundo de pessoas. Era a primeira vez que o Zoológico participava desse evento, abrindo suas portas gratuitamente à noite. Então, acho que muitos parisienses escolheram, como nós, visitá-lo:
Mas a fila andou rápido, tudo muito civilizado e organizado. Eram muitas crianças excitadas com a aventura noturna. Claro que o Zoológico tomou providências para proteger os animais e, com isso, apenas poucos estavam visíveis. Conseguimos ver pinguins, leão marinho, avestruz, alguns pássaros, lagartos, peixes... Mas Theo adorou a aventura:
Voltamos para casa caminhando e a vontade que deu foi de virar a noite explorando cada um dos monumentos e suas exposições, mas precisaremos esperar que Theo cresça mais um pouco.
O primeiro evento - uma iniciativa europeia, na realidade - aconteceu em sua 35ª edição e, somente aqui na França, foram cerca de 17000 momumentos abertos ao público, com cerca de 25000 diferentes animações (ateliês, exposições, visitas guiadas, etc.). A programação era tão intensa que eu não sabia o que escolher.
Levando em consideração o quanto Theo adora polícia, bombeiros, exército e afins, no dia 15, fomos visitar a Garde Républicaine, responsáveis pela segurança nacional, especialmente de autoridades no país e chefes de Estado estrangeiros. No desfile de 14 de julho pudemos assisti-los com seus lindos cavalos. A oportunidade de agora visitar o Estado Maior da Guarda soou como algo imperdível. Ademais, fica relativamente perto de onde moramos e a entrada seria totalmente gratuita, contando com apresentação da cavalaria, visita ao estábulo e ao museu.
Claro que nos divertimos muito e Theo adorou tudo. Ficou todo animado ao colocar o chapéu dos guardas que, de tão pesado, quase não conseguia segurar:
No segundo dia da Jornada do Patrimônio, fomos visitar um pequeno museu do trem - outro tema pelo qual Theo é fascinado -, que fica em uma estação nos arredores de Paris: o Musée du Train Rosny Rail. Para lá chegar tivemos que pegar um trem regional (RER) e já aí começou a aventura. Apesar de ter sido uma viagem curtinha, pudemos mais uma vez nos deliciar com toda a atmosfera que observamos nos livrinhos que lemos. E no Museu em si foi uma diversão atrás da outra. As crianças podiam visitar a réplica de cabines de trem, obervar maquetes, equipamentos antigos, e até conduzir um grande 'ferrorama' instalado especialmente para os pequenos:
E, apenas 3 semanas depois, mais um grande acontecimento: a 17ª edição da "Nuit Blanche", que consiste em uma série de atrações artísticas gratuitas oferecidas de 19h de sábado até 7h da manhã do dia seguinte. Monumentos e restaurantes selecionados ficam abertos por toda a noite.
Escolhemos visitar o Parc Zoologique de Paris, que também fica próximo de casa, e é uma atração muito cara; logo, não podíamos perder a oportunidade de visitá-lo gratuitamente.
Essa foi a primeira balada do Theo por aqui! Fomos caminhando pela noite, em um astral maravilhoso. Muitas pessoas e famílias pelas ruas, animados e em harmonia. O caminho que percorremos para chegar até nosso destino estava todo iluminado, com instalações artísticas dando o tom da noite:
Ao chegarmos na entrada, havia um mundo de pessoas. Era a primeira vez que o Zoológico participava desse evento, abrindo suas portas gratuitamente à noite. Então, acho que muitos parisienses escolheram, como nós, visitá-lo:
Mas a fila andou rápido, tudo muito civilizado e organizado. Eram muitas crianças excitadas com a aventura noturna. Claro que o Zoológico tomou providências para proteger os animais e, com isso, apenas poucos estavam visíveis. Conseguimos ver pinguins, leão marinho, avestruz, alguns pássaros, lagartos, peixes... Mas Theo adorou a aventura:
Voltamos para casa caminhando e a vontade que deu foi de virar a noite explorando cada um dos monumentos e suas exposições, mas precisaremos esperar que Theo cresça mais um pouco.
domingo, 7 de outubro de 2018
Prestigiando a arte brasileira em Paris
Hoje é dia de eleições para Presidente e para o Congresso
Nacional no Brasil. Muita tensão no ar. Nas últimas semanas vínhamos
acompanhando o desenrolar dos acontecimentos e acabei ficando submersa em notícias
e discussões estéreis.
Na quarta-feira passada, dia 03 de outubro, tivemos uma
experiência muito especial que queria compartilhar, mas somente hoje consegui
parar para escrever este post, o que acaba por lhe conferir um significado singular.
Nessa época de trevas que atravessamos, só a arte salva.
Era aniversário do Heberti, quem, diferentemente de mim, não
gosta de grandes eventos comemorativos. Coincidentemente, uma grande amiga de
Petrópolis me escreveu para contar sobre uma exposição aqui em Paris, de
artistas brasileiros. Procuro sempre fazer um esforço – muito aprazível,
diga-se de passagem – para prestigiar esses eventos, e também aproveitar a
oportunidade para alimentar o espírito.
Também coincidentemente, esta exposição foi inaugurada em um
centro cultural bem perto de onde moramos: “12 Disciples des Arts” no Centre
Maurice Ravel:
A exposição – imperdível – fica até o dia 26 de outubro, mas uma das artistas – Diana Helman, que também mora em Petrópolis – estaria lá apenas naquele dia. Então, lá fomos nós.
Após uma boa caminhada por uma região do bairro que ainda não conhecíamos, passando por dois novos parquinhos que Theo foi logo explorar, chegamos ao Centro Cultural. Assim que nos deparamos com os quadros e fotografias dos 12 artistas brasileiros, meu coração se encheu de paz, em uma mistura de saudade e orgulho.
Fotografias de André Niedersberg e Meireles Junior
Encontramos a idealizadora e organizadora da exposição – Edna Abreu, a Diana Helman e mais um dos expositores, o Hilson Costa. Passamos uma bela tarde entre paisagens, feições e cores brasileiras. Podia ficar horas admirando as telas e fotografias expostas. Ali estavam representados vários cantinhos do nosso imenso país, ‘do Oiapoque ao Chuí’. Aproveitei para conversar bastante e alguns desses momentos e das belas imagens que tivemos o prazer de experimentar estão registrados nos cliques abaixo:
Saí de lá com a alma lavada e com a certeza de que vamos sobreviver a esse período turbulento. Precisaremos de muita união para isso.
"Não existe meio mais seguro para fugir do mundo do que a arte,
e não há forma mais segura de se unir a ele do que a arte" (Goethe).
terça-feira, 2 de outubro de 2018
Época de eleições...
Já havia declarado aqui o quanto continuamos com a cabeça no Brasil, acompanhando de perto o desenrolar dos acontecimentos. Com a proximidade das eleições para presidente (e para o Congresso) no nosso país, este tema passou a dominar nossas conversas. Lemos e assistimos vídeos, entrevistas, debates, análises. E a angústia quase me consome.
Ocorre que aqui em Paris também foi iniciado um importante período de eleições, mas diametralmente oposto: a iniciativa denominada Budget Participatif (orçamento participativo). De 07 a 23 de setembro, cada residente em Paris pôde votar em até 8 projetos de sua escolha (4 de seu arrondissement - o nosso é o 12ème; e 4 da cidade como um todo).
E o que é essa iniciativa? Caminhando pelas ruas da cidade, vira e mexe nos deparávamos com uma plaquinha pendurada como essa abaixo, que intuitivamente indica que algo está ali e só foi possível mediante um "orçamento participativo". A curiosidade aflorava, mas somente no mês passado foi possível entendermos de fato do que se trata.
Ocorre que aqui em Paris também foi iniciado um importante período de eleições, mas diametralmente oposto: a iniciativa denominada Budget Participatif (orçamento participativo). De 07 a 23 de setembro, cada residente em Paris pôde votar em até 8 projetos de sua escolha (4 de seu arrondissement - o nosso é o 12ème; e 4 da cidade como um todo).
E o que é essa iniciativa? Caminhando pelas ruas da cidade, vira e mexe nos deparávamos com uma plaquinha pendurada como essa abaixo, que intuitivamente indica que algo está ali e só foi possível mediante um "orçamento participativo". A curiosidade aflorava, mas somente no mês passado foi possível entendermos de fato do que se trata.
Jardim no parquinho da esquina de casa - fruto de um dos projetos
Essa iniciativa destina, a projetos submetidos pelos cidadãos, 5% do total do investimento previsto para ser realizado entre 2014 e 2020 - um total de meio bilhão de euros. A cada ano, então, abre-se um período para a proposição de projetos - que pode ser realizada individualmente ou em conjunto por qualquer parisiense, independentemente da idade ou qualquer outro aspecto. Esses projetos podem ser dirigidos a qualquer tema: cultura, educação, esporte, mobilidade, etc. Em seguida as propostas são analisadas para verificar a viabilidade e, após essa prévia 'triagem', inicia-se o processo eleitoral para escolha dos projetos que serão de fato colocados em prática e cujo acompanhamento pode ser feito de forma transparente na página da internet da prefeitura dedicada ao tema: https://budgetparticipatif.paris.fr/bp/ . Desde sua criação, 1316 projetos já foram aprovados, em toda a cidade.
Confesso que fiquei maravilhada com a iniciativa - simples, mas de forte significado.
E aproveitei para exercer meu direito democrático aqui. Foi visível e louvável o envolvimento das pessoas; por todos os lados vimos cartazes, pessoas defendendo suas propostas e urnas para votação em locais específicos. Um exemplo de instrumento democrático.
Um exemplo que de tão simples e eficaz podíamos sonhar em replicar na nossa jovem democracia que tem muita necessidade de mecanismos que a fortaleçam. E como!
quarta-feira, 26 de setembro de 2018
No Parc Montsouris, muito bem acompanhada!
Paris é uma cidade cheia de grandes e lindos parques. Estando aqui por esse período mais prolongado, procuramos extrair ao máximo cada oportunidade de conhecê-los, cada um com seu charme especial. E, que, inegavelmente, ficam ainda mais aprazíveis com amigos especiais.
Quando recebi a notícia de que uma grande amiga viria à cidade, já fiquei em êxtase. Como eu já comentei antes, essas visitas são verdadeiros bálsamos!
A Edi é daquelas amigas que a gente faz da forma mais inusitada e a amizade resiste ao tempo e à distância. Nos encontramos durante uma semana em um congresso no México, em 2008, e ficamos "amigas à primeira vista". Ela mora em Campinas e eu em Petrópolis, mas ao longo desses 10 anos de amizade, sempre damos um jeito de regá-la.
Ela veio passar 5 dias, após uma viagem de trabalho a Nice. Em meio ao cansaço da viagem e à programação turística com os colegas de trabalho que a acompanhavam, ela me deu o grande presente de encaixar vários momentos para matarmos a saudade.
Durante essa semana de encontros, eu sugeri sair um pouco do básico dos guias turísticos e fomos, então, ao Parc Montsouris - que figura na lista dos mais bonitos da cidade e que ainda não conhecia. Aproveitamos o que viria a ser um dos últimos dias de calor do ano:
Minha amiga disse que gostou muito de poder ver um parque com seus frequentadores nativos - famílias e amigos fazendo piquenique, crianças brincando no parquinho. Theo se esbaldou em mais uma área de brinquedos ao ar livre. Enquanto isso, batemos longos papos.
Para a tarde ficar ainda mais colorida, chamei uma amiga brasileira que fiz aqui em Paris - a Flávia. Ela se juntou a nós, com sua mãe que é uma simpatia, a Suely, e o Dante, também de 4 anos e que já formou uma duplinha dinâmica com o Theo:
A tarde voou e o sentimento que ficou é o de que as baterias foram recarregadas, mas deixoiu aquele gostinho de quero mais!
Um brinde aos amigos!
Quando recebi a notícia de que uma grande amiga viria à cidade, já fiquei em êxtase. Como eu já comentei antes, essas visitas são verdadeiros bálsamos!
A Edi é daquelas amigas que a gente faz da forma mais inusitada e a amizade resiste ao tempo e à distância. Nos encontramos durante uma semana em um congresso no México, em 2008, e ficamos "amigas à primeira vista". Ela mora em Campinas e eu em Petrópolis, mas ao longo desses 10 anos de amizade, sempre damos um jeito de regá-la.
Ela veio passar 5 dias, após uma viagem de trabalho a Nice. Em meio ao cansaço da viagem e à programação turística com os colegas de trabalho que a acompanhavam, ela me deu o grande presente de encaixar vários momentos para matarmos a saudade.
Durante essa semana de encontros, eu sugeri sair um pouco do básico dos guias turísticos e fomos, então, ao Parc Montsouris - que figura na lista dos mais bonitos da cidade e que ainda não conhecia. Aproveitamos o que viria a ser um dos últimos dias de calor do ano:
Minha amiga disse que gostou muito de poder ver um parque com seus frequentadores nativos - famílias e amigos fazendo piquenique, crianças brincando no parquinho. Theo se esbaldou em mais uma área de brinquedos ao ar livre. Enquanto isso, batemos longos papos.
Para a tarde ficar ainda mais colorida, chamei uma amiga brasileira que fiz aqui em Paris - a Flávia. Ela se juntou a nós, com sua mãe que é uma simpatia, a Suely, e o Dante, também de 4 anos e que já formou uma duplinha dinâmica com o Theo:
Theo e Dante explorando o "vulcão" do parquinho
A tarde voou e o sentimento que ficou é o de que as baterias foram recarregadas, mas deixoiu aquele gostinho de quero mais!
Um brinde aos amigos!
terça-feira, 18 de setembro de 2018
6 primeiros meses em Paris: balanço geral
E eis que completamos 6 meses em Paris. Essa tem sido uma oportunidade singular. Podemos passar mais tempo em família e explorar, em maiores detalhes, uma cultura diferente, aprendendo com as novas experiências, que incluem superar nossos medos e sair da zona de conforto.
Sair dessa zona de conforto não é nada fácil mesmo. Crescer dói. E é inegável que temos crescido muito aqui. Não vou negar: houve dias em que a vontade era de pegar o primeiro vôo para casa. Mas vontade dá e passa... E ainda bem que essa passou rápido porque sei que ainda tinha (e temos) muito o que aprender. Ao longo do tempo vamos nos adaptando e a grande saudade fica mais administrável.
Já nos sentimos mais familiarizados e menos perdidos. Theo tem feito coleguinhas, está a cada dia mais solto nos parquinhos e na vizinhança. Essa vizinhança, aliás, tem sido um ativo muito especial. Duas senhoras que moram aqui no prédio são pra lá de gentis, fazem comidinhas gostosas e compartilham conosco, brincam com o Theo e vira e mexe dão uma lembrancinha para ele, que adora! Também temos nos esforçado para conhecer e revisitar lugares especiais, buscando programas culturais e aproveitando sempre que tem algo gratuito. São momentos que sem dúvida ficarão marcados com imenso carinho:
Outro aspecto a ser salientado é que antes de virmos pra cá, uma grande dúvida que eu tinha estava relacionada ao tratamento que receberíamos. A recente crise dos refugiados despertou em mim esse receio: de que os franceses viessem a se comportar de maneira hostil a imigrantes de forma generalizada. Para minha feliz surpresa, posso dizer que em todo esse período não houve qualquer micro incidente que pudesse nos deixar incomodados com o tratamento que nos tem sido dispensado. Ao contrário, temos sido muito bem tratados, até porque algo que havia notado na outra vez que viemos para Paris - e que agora ficou ainda mais evidente - é que os franceses têm imensa simpatia pelo Brasil. Não são raras as ocasiões em que algum francês, ao saber que somos brasileiros, nos trata de forma afetuosa e faz vários elogios à cultura e a diferentes aspectos do nosso país.
Falando de Brasil... Em todo o período escrevendo aqui não tenho tocado na nossa conjuntura para não misturar alhos com bugalhos. Mas se alguém tinha dúvida, é bom esclarecer: não estamos aqui alienados; acompanhamos com fervor todos os acontecimentos. Infelizmente, não dá para dizer que as notícias que chegam são boas. Muitas noites mal dormidas aqui devemos a preocupações suscitadas por algo que lá ocorreu. Como dizia Stalislaw Ponte Preta: "Quando estamos fora, o Brasil dói na alma; quando estamos dentro, dói na pele". É bem isso o que sinto nesse momento.
Sair dessa zona de conforto não é nada fácil mesmo. Crescer dói. E é inegável que temos crescido muito aqui. Não vou negar: houve dias em que a vontade era de pegar o primeiro vôo para casa. Mas vontade dá e passa... E ainda bem que essa passou rápido porque sei que ainda tinha (e temos) muito o que aprender. Ao longo do tempo vamos nos adaptando e a grande saudade fica mais administrável.
Já nos sentimos mais familiarizados e menos perdidos. Theo tem feito coleguinhas, está a cada dia mais solto nos parquinhos e na vizinhança. Essa vizinhança, aliás, tem sido um ativo muito especial. Duas senhoras que moram aqui no prédio são pra lá de gentis, fazem comidinhas gostosas e compartilham conosco, brincam com o Theo e vira e mexe dão uma lembrancinha para ele, que adora! Também temos nos esforçado para conhecer e revisitar lugares especiais, buscando programas culturais e aproveitando sempre que tem algo gratuito. São momentos que sem dúvida ficarão marcados com imenso carinho:
Outro aspecto a ser salientado é que antes de virmos pra cá, uma grande dúvida que eu tinha estava relacionada ao tratamento que receberíamos. A recente crise dos refugiados despertou em mim esse receio: de que os franceses viessem a se comportar de maneira hostil a imigrantes de forma generalizada. Para minha feliz surpresa, posso dizer que em todo esse período não houve qualquer micro incidente que pudesse nos deixar incomodados com o tratamento que nos tem sido dispensado. Ao contrário, temos sido muito bem tratados, até porque algo que havia notado na outra vez que viemos para Paris - e que agora ficou ainda mais evidente - é que os franceses têm imensa simpatia pelo Brasil. Não são raras as ocasiões em que algum francês, ao saber que somos brasileiros, nos trata de forma afetuosa e faz vários elogios à cultura e a diferentes aspectos do nosso país.
Falando de Brasil... Em todo o período escrevendo aqui não tenho tocado na nossa conjuntura para não misturar alhos com bugalhos. Mas se alguém tinha dúvida, é bom esclarecer: não estamos aqui alienados; acompanhamos com fervor todos os acontecimentos. Infelizmente, não dá para dizer que as notícias que chegam são boas. Muitas noites mal dormidas aqui devemos a preocupações suscitadas por algo que lá ocorreu. Como dizia Stalislaw Ponte Preta: "Quando estamos fora, o Brasil dói na alma; quando estamos dentro, dói na pele". É bem isso o que sinto nesse momento.
quarta-feira, 12 de setembro de 2018
Volta às aulas: la rentrée
Já no final das férias, Theo de vez em quando perguntava da escola, demonstrando saudade. Compramos uma mochila nova, do Bombeiro Sam -que ele adora! -, fomos preparando o terreno e ele foi bem animado para o primeiro dia de aula, no último 03/09.
Neste novo ano letivo, ele começou na Moyene Section da Maternelle. Nova professora, novos desafios. Mas muitos coleguinhas são os mesmos, e a alegria do reencontro foi notável.
E já se foram 8 dias de aula. A adaptação está infinitamente mais fácil que aquela que encaramos quando aqui chegamos e ele iniciou as aulas. Até porque agora ele já entende bem melhor a língua e começa, inclusive a dizer algumas frases e expressões em francês.
Mas, sem muita surpresa, após a novidade dos primeiros dias, ele começou a dar uma choradinha no momento de chegar à escola pela manhã... Normal... afinal, foram dois meses de pura curtição! Além disso, nesse novo período o horário está sendo mais puxado. De segunda à sexta, ele entra às 8h20min e sai às 16h30min - à exceção de quarta-feira, quando a aula termina às 11h30min. Mas todos os demais dias ele vem almoçar em casa nesse horário de 11h30min, retornando às 13h20min. EssA saída para o almoço é opcional - e, na realidade, a quase totalidade das crianças almoça na cantina da própria escola. Como eu não estou trabalhando e o Theo pede para vir almoçar em casa, não acho sacrifício nenhum poder propiciar esse momento em família para dar uma aliviada na rotina.
E, falando em rotina, a 'rentrée' representa também a retomada da rotina dos parisienses como um todo, que simplesmente desapareceram durante o verão. O ritmo voltou mais acelerado e nós também teremos novos afazeres na rotina enquanto Theo está na escola. De alguma forma, esse tempo tem que ser produtivo. E ele certamente será.
Neste novo ano letivo, ele começou na Moyene Section da Maternelle. Nova professora, novos desafios. Mas muitos coleguinhas são os mesmos, e a alegria do reencontro foi notável.
E já se foram 8 dias de aula. A adaptação está infinitamente mais fácil que aquela que encaramos quando aqui chegamos e ele iniciou as aulas. Até porque agora ele já entende bem melhor a língua e começa, inclusive a dizer algumas frases e expressões em francês.
Mas, sem muita surpresa, após a novidade dos primeiros dias, ele começou a dar uma choradinha no momento de chegar à escola pela manhã... Normal... afinal, foram dois meses de pura curtição! Além disso, nesse novo período o horário está sendo mais puxado. De segunda à sexta, ele entra às 8h20min e sai às 16h30min - à exceção de quarta-feira, quando a aula termina às 11h30min. Mas todos os demais dias ele vem almoçar em casa nesse horário de 11h30min, retornando às 13h20min. EssA saída para o almoço é opcional - e, na realidade, a quase totalidade das crianças almoça na cantina da própria escola. Como eu não estou trabalhando e o Theo pede para vir almoçar em casa, não acho sacrifício nenhum poder propiciar esse momento em família para dar uma aliviada na rotina.
E, falando em rotina, a 'rentrée' representa também a retomada da rotina dos parisienses como um todo, que simplesmente desapareceram durante o verão. O ritmo voltou mais acelerado e nós também teremos novos afazeres na rotina enquanto Theo está na escola. De alguma forma, esse tempo tem que ser produtivo. E ele certamente será.
terça-feira, 4 de setembro de 2018
Um domingo, dois Museus: uma conquista e uma derrota
E eu que achava que esse seria apenas mais um domingo de museu gratuito... mas uma reviravolta quis que esse domingo também fosse marcado por um outro episódio desolador e, infelizmente, irreversível.
Como em agosto deu certo nossa ida com o Theo a um Museu que oferecia gratuidade especial para esses dias, resolvemos nos arriscar, neste primeiro domingo de setembro, em uma ida a um museu maior, e escolhemos um dos meus preferidos: o Musée d'Orsay. E tivemos um dia realmente muito especial, em toda a sua simplicidade.
Theo havia passado os últimos dias indo a uma ludoteca que montaram perto de casa e era só o que queria fazer. Usei toda a psicologia infantil para explicar que se fomos com ele à ludoteca por 3 dias seguidos, nada mais justo que no domingo nós - o pai e eu - escolhêssemos o programa. E queríamos visitar um museu. Confesso que saí levemente preocupada porque não queria que de alguma forma a chance de aguçar seu interesse por museus fosse perdida.
Fiz esse preâmbulo para dar mais destaque às suas reações que viriam mais à frente. Theo saiu de casa me perguntando se eu tinha certeza de que seria legal ir ao museu; estava bem desconfiado...
Mas ao chegar lá, passou a repetir: "nossa, mamãe, valeu muito a pena mesmo não ter ido à ludoteca". Diferentes detalhes o conquistaram, começando pela entrada de tirar o fôlego com as boas-vindas do salão de esculturas em seu Pavilhão Central:
O Museu está localizado às margens do Rio Sena, em um prédio que abrigava uma antiga estação de trem. E, quando perguntei para o Theo "adivinha o que esse prédio era antes de virar um museu?", ele acertou na segunda tentativa e ficou em êxtase! (A primeira resposta dele foi "um quartel de bombeiros", hahahah). E, cheio de curiosidade, logo quis explorar as maquetes expostas:
Antes de passarmos para a melhor parte da visita, paramos para uma pausa no "Café Campana", decorado justamente pelos Irmãos Campana, dupla de designers brasileiros cujo trabalho passei a admirar após visita a uma exposição no Centro Cultural Banco do Brasil. Faz muito bem se sentir próximo a um pedacinho do país que deu tão certo!
A parte mais importante da visita para mim, e que explica porquê este é um dos museus que mais gostei de visitar na vida, é a coleção impressionista, uma das maiores do mundo. Elá está o quadro que, dos que já vi pessoalmente, achei mais espetacular, que é "A noite estrelada", do van Gogh, o pintor que eu mais gosto (curiosamente, ou não, o irmão dele se chamava Theo).
E eu fiquei bem emocionada de poder mostrar o trabalho dele ao vivo para o Theo. O quadro abaixo, por exemplo, de longe, Theo foi dizendo: "Olha, mamãe, é o quarto do van Gogh". Isso porque em um livro de artes para crianças que pegamos na biblioteca daqui tinha esse quadro, daí a memória já foi devidamente criada:
Até aqui, a postagem falou de um museu e uma conquista: o Musée d'Orsay e a bem-sucedida apresentação de mais um pedacinho desse vasto mundo para o Theo. E até o parágrafo anterior eu havia escrito no próprio domingo (02 de setembro de 2018), ainda empolgada, mas deixei para fazer o 'acabamento' no dia seguinte...
..e eis que no dia seguinte acordei e vi no celular a fatídica notícia de que aquele domingo seria marcado não pelo Musée d'Orsay e pela conquista que descrevi, mas pela derrota que experimentamos no Brasil, com o incêndio que destruiu o Museu Nacional no Rio de Janeiro. Um lindo Museu que não vou ter a chance de mostrar ao Theo. Por essa e várias outras questões que a notícia também trouxe à tona - o que não cabe expor aqui - eu passei a segunda-feira desolada, nem sempre conseguindo conter as lágrimas. Sem dúvida esse domingo vai ficar marcado na minha vida pessoal por ter experimentado sentimentos tão opostos e assustadoramente conectados e que, por isso mesmo, se tornam tão significativos.
Como em agosto deu certo nossa ida com o Theo a um Museu que oferecia gratuidade especial para esses dias, resolvemos nos arriscar, neste primeiro domingo de setembro, em uma ida a um museu maior, e escolhemos um dos meus preferidos: o Musée d'Orsay. E tivemos um dia realmente muito especial, em toda a sua simplicidade.
Theo havia passado os últimos dias indo a uma ludoteca que montaram perto de casa e era só o que queria fazer. Usei toda a psicologia infantil para explicar que se fomos com ele à ludoteca por 3 dias seguidos, nada mais justo que no domingo nós - o pai e eu - escolhêssemos o programa. E queríamos visitar um museu. Confesso que saí levemente preocupada porque não queria que de alguma forma a chance de aguçar seu interesse por museus fosse perdida.
Fiz esse preâmbulo para dar mais destaque às suas reações que viriam mais à frente. Theo saiu de casa me perguntando se eu tinha certeza de que seria legal ir ao museu; estava bem desconfiado...
Mas ao chegar lá, passou a repetir: "nossa, mamãe, valeu muito a pena mesmo não ter ido à ludoteca". Diferentes detalhes o conquistaram, começando pela entrada de tirar o fôlego com as boas-vindas do salão de esculturas em seu Pavilhão Central:
O Museu está localizado às margens do Rio Sena, em um prédio que abrigava uma antiga estação de trem. E, quando perguntei para o Theo "adivinha o que esse prédio era antes de virar um museu?", ele acertou na segunda tentativa e ficou em êxtase! (A primeira resposta dele foi "um quartel de bombeiros", hahahah). E, cheio de curiosidade, logo quis explorar as maquetes expostas:
Antes de passarmos para a melhor parte da visita, paramos para uma pausa no "Café Campana", decorado justamente pelos Irmãos Campana, dupla de designers brasileiros cujo trabalho passei a admirar após visita a uma exposição no Centro Cultural Banco do Brasil. Faz muito bem se sentir próximo a um pedacinho do país que deu tão certo!
A parte mais importante da visita para mim, e que explica porquê este é um dos museus que mais gostei de visitar na vida, é a coleção impressionista, uma das maiores do mundo. Elá está o quadro que, dos que já vi pessoalmente, achei mais espetacular, que é "A noite estrelada", do van Gogh, o pintor que eu mais gosto (curiosamente, ou não, o irmão dele se chamava Theo).
E eu fiquei bem emocionada de poder mostrar o trabalho dele ao vivo para o Theo. O quadro abaixo, por exemplo, de longe, Theo foi dizendo: "Olha, mamãe, é o quarto do van Gogh". Isso porque em um livro de artes para crianças que pegamos na biblioteca daqui tinha esse quadro, daí a memória já foi devidamente criada:
Até aqui, a postagem falou de um museu e uma conquista: o Musée d'Orsay e a bem-sucedida apresentação de mais um pedacinho desse vasto mundo para o Theo. E até o parágrafo anterior eu havia escrito no próprio domingo (02 de setembro de 2018), ainda empolgada, mas deixei para fazer o 'acabamento' no dia seguinte...
..e eis que no dia seguinte acordei e vi no celular a fatídica notícia de que aquele domingo seria marcado não pelo Musée d'Orsay e pela conquista que descrevi, mas pela derrota que experimentamos no Brasil, com o incêndio que destruiu o Museu Nacional no Rio de Janeiro. Um lindo Museu que não vou ter a chance de mostrar ao Theo. Por essa e várias outras questões que a notícia também trouxe à tona - o que não cabe expor aqui - eu passei a segunda-feira desolada, nem sempre conseguindo conter as lágrimas. Sem dúvida esse domingo vai ficar marcado na minha vida pessoal por ter experimentado sentimentos tão opostos e assustadoramente conectados e que, por isso mesmo, se tornam tão significativos.
quarta-feira, 29 de agosto de 2018
Paris plages, ou 'as praias de Paris'
O grande projeto da prefeitura para o verão daqui se chama "Paris Plages". Totalmente gratuito, este ano ele ficou concentrado em dois locais: em uma parte das margens do Rio Sena e num trecho do Parc de la Villette. No programa, atividades para todos os gostos. Muito organizado, deixando a cidade com um astral muito bom!
Nas margens do Sena foram colocadas cadeiras de praia, alguns 'chuveirinhos', guarda-sóis, e o povo ficava lá tomando um bronze:
Para as crianças, duas ludotecas foram instaladas, garantindo diversão também para os mais crescidinhos:
Mas no Parc de la Villette, na minha opinião, é onde estava mais animado. Montaram uma grande estrutura, com areia e parquinho para as crianças brincarem:
E demarcaram uma área do rio que passou a funcionar como piscina. A estrutura é bem parecida com a das piscinas públicas, que já contei aqui. Armários para guardar os pertences, duchas para tomar banho antes de entrar na piscina, salva-vidas e segurança. Fomos em uma tarde com alguns amigos que fizemos e foi bem divertido:
Aqui em Paris deu para sentir que durante o verão o pessoal some, tira férias de verdade, e a maioria viaja. Mas quem não pôde sair da cidade não teve do que reclamar!
Nas margens do Sena foram colocadas cadeiras de praia, alguns 'chuveirinhos', guarda-sóis, e o povo ficava lá tomando um bronze:
Para as crianças, duas ludotecas foram instaladas, garantindo diversão também para os mais crescidinhos:
Mas no Parc de la Villette, na minha opinião, é onde estava mais animado. Montaram uma grande estrutura, com areia e parquinho para as crianças brincarem:
E demarcaram uma área do rio que passou a funcionar como piscina. A estrutura é bem parecida com a das piscinas públicas, que já contei aqui. Armários para guardar os pertences, duchas para tomar banho antes de entrar na piscina, salva-vidas e segurança. Fomos em uma tarde com alguns amigos que fizemos e foi bem divertido:
Aqui em Paris deu para sentir que durante o verão o pessoal some, tira férias de verdade, e a maioria viaja. Mas quem não pôde sair da cidade não teve do que reclamar!
sexta-feira, 24 de agosto de 2018
Um fim de semana Holandês
Nessa viagem demos uma leve pincelada em duas cidades holandesas: Roterdã e Haia. Amsterdã fica para uma próxima vez, com mais calma. Afinal, o grande objetivo dessa viagem era reencontrar amigos, deixar as crianças se divertirem juntas e proporcionar o passeio de trem que Theo estava louco para fazer.
Mas foi possível incluir sim um passeio ou outro, o suficiente para fazer com que gostássemos muito do país.
Em Roterdã passamos uma bela tarde. Logo notamos a temperatura mais baixa que em Paris e o mais impressionante: o tráfego de bicicletas. Lá elas têm prioridade até mesmo em relação aos pedestres. São tantas e circulam a tal velocidade que a gente tem que estar sempre ligado.
Caminhamos pelo centro e pudemos conhecer alguns pontos turísticos:
E o que eu mais gostei foi o Mercado Central:
Eram inúmeras lojinhas com diferentes coisinhas deliciosas para comer. Temperos, queijo, chocolates, frutas... panquecas, waffles, biscoitos, sucos, saladas... Ai ai... passaria o dia todo ali provando cada uma das especialidades...
O fim do dia chegou e fomos encontrar a minha amiga para irmos para a casa dela em Haia. Theo e Luísa se encontraram e não se desgrudaram mais. Dava gosto de vê-los juntos, em altos papos, brincadeiras mil. Fora uma pequena faísca ou outra, os dois se deram super bem. E nós duas íamos aproveitando cada oportunidade para colocar o papo em dia.
Em Haia também passeamos pelo Centro - mais historico e com prédios da alta administração da Holanda. Exploramos muito um parque localizado ao lado do apartamento delas. Ali fomos passear e as crianças se fartaram no parquinho e na parte de esculturas em troncos de árvore:
No domingo fomos conhecer uma cidade em miniatura (Madurodam). Lá estão as principais cidades, monumentos e fábricas holandeses em escala miniatura. Confesso que não estava muito animada, achei que fosse algo caça-níquel porque achei o preço muito salgado (15€ individual, e com o desconto por termos comprado online deu 52€ para 4 pessoas) para ficar vendo maquete... kkkk
Mas uma coisa essa minha amiga disse e eu atestei nessa ocasião: os holandeses são muito bons em curadorias em geral. Esse parque era muito bem feito, super interativo e até nós adultos nos empolgávamos:
O bom é que ali pudemos ver um pouco de toda a Holanda e saímos com um forte gostinho de quero mais. Pelo país e pelo fim de semana entre amigos que tanto bem fez ao coração!
Mas foi possível incluir sim um passeio ou outro, o suficiente para fazer com que gostássemos muito do país.
Em Roterdã passamos uma bela tarde. Logo notamos a temperatura mais baixa que em Paris e o mais impressionante: o tráfego de bicicletas. Lá elas têm prioridade até mesmo em relação aos pedestres. São tantas e circulam a tal velocidade que a gente tem que estar sempre ligado.
Caminhamos pelo centro e pudemos conhecer alguns pontos turísticos:
Uma pracinha com aquele típico estilo de chafariz que encanta as crianças
As famosas e ousadas "Casas Cubo"
E o que eu mais gostei foi o Mercado Central:
Eram inúmeras lojinhas com diferentes coisinhas deliciosas para comer. Temperos, queijo, chocolates, frutas... panquecas, waffles, biscoitos, sucos, saladas... Ai ai... passaria o dia todo ali provando cada uma das especialidades...
O fim do dia chegou e fomos encontrar a minha amiga para irmos para a casa dela em Haia. Theo e Luísa se encontraram e não se desgrudaram mais. Dava gosto de vê-los juntos, em altos papos, brincadeiras mil. Fora uma pequena faísca ou outra, os dois se deram super bem. E nós duas íamos aproveitando cada oportunidade para colocar o papo em dia.
Em Haia também passeamos pelo Centro - mais historico e com prédios da alta administração da Holanda. Exploramos muito um parque localizado ao lado do apartamento delas. Ali fomos passear e as crianças se fartaram no parquinho e na parte de esculturas em troncos de árvore:
No domingo fomos conhecer uma cidade em miniatura (Madurodam). Lá estão as principais cidades, monumentos e fábricas holandeses em escala miniatura. Confesso que não estava muito animada, achei que fosse algo caça-níquel porque achei o preço muito salgado (15€ individual, e com o desconto por termos comprado online deu 52€ para 4 pessoas) para ficar vendo maquete... kkkk
Mas uma coisa essa minha amiga disse e eu atestei nessa ocasião: os holandeses são muito bons em curadorias em geral. Esse parque era muito bem feito, super interativo e até nós adultos nos empolgávamos:
O bom é que ali pudemos ver um pouco de toda a Holanda e saímos com um forte gostinho de quero mais. Pelo país e pelo fim de semana entre amigos que tanto bem fez ao coração!
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